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Cuidados precisam ser redobrados em pessoas com síndrome de Down

Atenção com a higiene é adotada por famílias por causa da Covid-19

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
21/03/2020 | 00:01
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Fotos Públicas


 Dentre as pessoas do grupo de risco do novo coronavírus, se destacam as que possuem restrições respiratórias, com condições autoimunes, idosos (acima de 60 anos), indivíduos com doenças associadas como diabetes, hipertensão arterial, doenças do coração, pulmão e rim ou em tratamento de câncer. Os portadores de síndrome de Down não são diferentes. Hoje, quando o dia deles é lembrado mundialmente, são fundamentais cuidados e atenção, já que, muitas vezes, possuem problemas respiratórios e imunidade baixa.

Segundo a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, algumas medidas são essenciais para o grupo de risco, como o distanciamento social e isolamento pessoal. Na casa da empresária, Kátia Vasques, 43 anos, em São Bernardo, esses cuidados já começaram. Kátia cuida da filha, Manuela Silva Vasques, 7, com síndrome de Down, e destaca que ela só sai de casa com extrema urgência. “Inclusive, na semana passada, ela (Manuela) estava com febre e diarreia, mas preferi cuidar em casa. Além disso, meu marido trabalha fora e com o público, então todos os dias troco as toalhas de rosto dos banheiros e ele faz higienização antes de entrar em casa”, comenta.

Kátia também destaca outros cuidados. “A garagem eu lavo todos os dias, o que antes não era com tanta frequência. Com isso, explico toda essa realidade para a Manuela, sobre o vírus, o álcool gel e o motivo dela estar em casa e não indo para escola”, conta.

Em São Caetano, a organizadora de eventos Cida Simões, 65, é avó de Agatha Cabeço Stadinik, 3, também diagnosticada com a síndrome. Ela destaca que frequenta grupos de informações sobre a deficiência, o que a auxiliou nos dias de hoje. “Na época em que ela nasceu, eu e minha filha entramos (no grupo), pois foi experiência nova, não sabíamos o que fazer. Mas, atualmente, já sabemos da sua imunidade baixa e das prevenções por conta do vírus, tanto que Agatha está isolada há dez dias”, observa.

A avó também lembra que, além de Agatha, ela também está no grupo de risco. “Somos mais vulneráveis à doença, logo, deixamos sapatos do lado de fora da casa, trocamos de roupa assim que chegamos e evitamos tomar água, sucos no mesmo copo da Agatha”, finaliza.

VISÃO
Para a diretora médica da Rede Lucy Montoro, Regina Fornari Chueire, cada deficiência precisa ter sua cautela no atendimento até pelos problemas que cada paciente possa evoluir. Inclusive, muitas pessoas são do grupo de risco não por causa da deficiência e, sim, por diversos problemas de saúde. Já outros, desencadeiam novas doenças por conta da deficiência. “A síndrome de Down requer medidas cautelosas, pois, muitas vezes os pacientes, principalmente quando criança, precisam de ajuda para algumas tarefas diárias e observações. A criança com a síndrome, por exemplo, tende ficar com a boca um pouco mais aberta, o que pode ser porta de entrada do vírus”, avalia Regina. “Outras, são cardiopatas – doenças que acometem o coração –, o que exige inalação e, logo, sua higiene com o equipamento. Então, o ideal é seguir alimentação saudável, com muita hidratação, além das medidas universais de prevenção”, afirma.

Sobre as demais deficientes que necessitam de cadeiras de rodas, bengalas ou próteses, Regina indica a higienização também dos itens. “Importante reforçar isso aos cuidadores e familiares destas pessoas que, além da higiene na paciente, é fundamental o cuidado também com estes equipamentos”, finaliza.




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