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Tradição uruguaia motiva o São Caetano contra o Peñarol
Analy Cristofani
Do Diário do Grande ABC
Enviada a Montevidéu
02/03/2004 | 00:55
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Peñarol e São Caetano entram em campo nesta terça-feira (19h), no estádio Centenário, em Montevidéu, para fazer o jogo dos sonhos. É uma partida mais de inspiração do que de transpiração, acreditam todos. Para os brasileiros, sempre um momento especial. Encarar a tradição do pentacampeão Peñarol (1960, 61, 66, 82 e 87) no não menos importante Centenário. Aos uruguaios, encarar a decisão de colocar um time jovem em campo diante da equipe que o eliminou da Copa Libertadores da América em 2002, nos pênaltis. O jogo terá transmissão ao vivo da SporTV.

Jogadores e comissão técnica, assim que desembarcaram no aeroporto internacional de Montevidéu, demonstravam ansiedade pelo momento. "É muito gostoso, estamos todos aproveitando estes momentos", disse o técnico Muricy Ramalho, que a última vez que participou de uma Libertadores foi como auxiliar de Telê Santana, no São Paulo, em 1994.

O grupo está confiante, mas todos sabem que, mesmo com uma equipe diferente, o Peñarol é um problema constante. O goleiro Sílvio Luiz sabe reconhecer a emoção de encarar o estádio Centenário lotado, mas tem uma boa lembrança da equipe uruguaia. "Especial sempre vai ser. Tivemos oportunidade de jogar aqui, perdemos (1 a 0), mas conseguimos nossa classificação em São Caetano, nos pênaltis (2 a 1 no tempo normal de jogo)."

Sílvio parece conhecer bem o atual time do Peñarol. "Eles têm jogadores altos, com um bom jogo aéreo. Mas viemos para buscar a vitória e, caso não aconteça, queremos sair daqui no mínimo com um empate."

O técnico Muricy Ramalho tenta conter a euforia dele mesmo. Embora reconheça o momento como especial e "gostoso", como ele mesmo disse, procura não sorrir nem se deslumbrar. "É uma competição que chama mais a atenção, um torneio duro. É bom para o currículo, dá experiência internacional."

Muricy disse ter visto os adversários no jogo contra o América. "É uma equipe forte, rápida do meio-campo para a frente, tem bons jogadores", limita-se a descrever.

De poucas palavras, o treinador deixou no ar todo o mistério de quem será o substituto de Marcinho, expulso na estréia contra o The Strongest, e nem mesmo confirma o esquema 4-4-2, que vem utilizando desde que assumiu a equipe. "É difícil encontrar um substituto para o Marcinho, um jogador parecido com ele", disse o treinador. Nem mesmo Lúcio Flávio sabe se terá oportunidade. "Ele ainda não conversou comigo, não falou nada."

A formação defensiva do Peñarol poderia fazer o treinador da equipe brasileira permanecer no mesmo esquema. Mas a tendência é que um terceiro zagueiro, no caso Gustavo, fique com a vaga de Marcinho.

O São Caetano estreou com uma goleada sobre o The Strongest, no Anacleto Campanella (4 a 2), enquanto o Peñarol experimentou uma derrota fora de casa, diante do América do México (3 a 1). A equipe uruguaia quer a recuperação na competição. Os brasileiros, dar mais um passo rumo à classificação.

Chegada tranqüila – A delegação do São Caetano chegou no horário previsto a Montevidéu (12h45) e começou a sentir o clima do jogo já no aeroporto. Garotos uruguaios pediam autógrafo para os jogadores brasileiros, e a imprensa esteve presente para saber o que pensavam os atletas sobre a equipe que enfrentam nesta quarta-feira. No discurso, respeito absoluto dos dois lados.




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