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Militares apóiam a aproximaçao entre as duas Coréias
Do Diário do Grande ABC
25/09/2000 | 12:44
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Os militares das Coréias deram nesta segunda-feira seu apoio à aproximaçao iniciada em meados de junho entre o presidente Kim Dae Jung, da Coréia do Sul, e Kim Jong Il, da Coréia do Norte.

Os ministros da Defesa das Coréias iniciaram hoje, em Cheju (Coréia do Sul), uma reuniao sem precedentes para reduzir a tensao na península e consolidar a recente melhora nas relaçoes entre os dois países, informaram fontes oficiais.

Estas negociaçoes sao as primeiras entre os responsáveis da Defesa desde a divisao da península em 1945 e a guerra da Coréia (1950-53).

O ministro norte-coreano de Defesa, Kim Il-Chol, chegou no domingo na Coréia do Sul cruzando a fronteira em Panmunjom, na zona desmilitarizada que separa o Norte e o Sul da península, onde foi recebido por um general sul-coreano.

Depois, viajou até Seul e de lá até a ilha turísta de Cheuju (Sul) para realizar uma reuniao de dois dias com o representante sul-coreano, Cho Sung-Tae. Este primeiro encontro durou 98 minutos.

A Coréia do Norte quis limitar a ordem do dia à cooperaçao militar com o objetivo de desativar as minas na zona em que se construirá uma ferrovia na fronteira dos dois países.

Os representantes dos governos discutiram também a criaçao de um ``telefone vermelho' para evitar confrontos fortuitos entre as forças de ambos países durante as obras de construçao da ferrovia que ficará na fronteira mais militar do mundo.

A construçao desta linha Norte-Sul é uma das decisoes mais importantes adotadas durante o encontro de junho entre o presidente Kim e o dirigente norte-coreano. O projeto ferroviário foi aceito por ambos os governos como marco da aproximaçao realizada durante a visita a Pyongyang.

A divisao da Coréia remonta a 1945. Cinco anos mais tarde, em 1950, o Norte invadiu o Sul, provocando a Guerra da Coréia, que durou até 1953, quando houve a intervençao dos Estados Unidos.

Nesta segunda-feira, também começaram negociaçoes paralelas de caráter econômico com o objetivo de oferecer garantias às empresas do Sul que investirem no Norte. Os empresários sul-coreanos se mostram relutantes a investir no Norte. Eles temem a falta de proteçao jurídica oferecida aos seus negócios pelo regime comunista do país.

No momento em que começavam estas negociaçoes paralelas, o governo da Coréia do Norte anunciou que uma forte seca levou o país a perder um milhao de toneladas de cereais.

Um alto funcionário do ministério da Agricultura afirmou que foram perdidas 360 mil toneladas de arroz e 660 mil toneladas de trigo, segundo a agência Korean Central News. Também há informaçoes de que dois tufoes destruíram 140 mil hectares de terras de cultivo há três semanas.

A Coréia do Norte sofreu uma seca muito séria e outros desastres naturais entre 1994 e 1998 que, segundo um informe do Congresso dos Estados Unidos, causaram cerca de dois milhoes de mortes.




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