Sempre que alguém vai à casa de Pedro Tomaz Martins, 8 anos, de Santo André, pela primeira vez comenta: "Nossa, você tem um gato preto?" Ele não entende por que acham tão estranho. O garoto é dono da gatinha Elis há seis anos e a adora. Só não brinca tanto porque é um pouco arisca (desconfiada e assustada). A característica possivelmente é resultado dos maus-tratos que sofreu na rua antes de ser adotada pela família de Pedro. "A Elis é danada. Corre de um lado para o outro e tem a mania de deixar um olho aberto e outro fechado, parecendo pirata."

Estevão Lisboa Arrais, 11, de Diadema, também não entende por que as pessoas falam mal de um bicho tão bonito. "Alguns amigos dizem para eu abandonar meu gato porque é preto, mas não acredito que traga coisas ruins. Sempre brinquei com ele e nunca me deu azar." O felino, chamado Cipriano, apareceu na casa do menino há quatro meses. Estevão alimentou e se encantou por ele, tanto que pediu ao pai para adotá-lo. Hoje, o gato não é só animal de estimação, mas verdadeiro companheiro do garoto.