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Lojas de fábrica fazem Natal barato
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
18/12/2005 | 08:12
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Do presente de amigo secreto ao tender da ceia natalina. Nas lojas de fábrica do Grande ABC, o consumidor pode encontrar diversos tipos de produtos, com preços que chegam à metade do valor cobrado no varejo comum. De acordo com levantamento do Diário, a região tem pelo menos oito indústrias que disponibilizam espaço para venda de seus produtos com condições mais vantajosas. Além disso, há a opção de compras em outlets – lojas de grandes redes que abrigam coleções antigas (leia texto nesta página).

Em alguns casos, os produtos são de segunda linha, ou seja, apresentam pequenos defeitos, muitos até imperceptíveis a olho nu. São itens que não passaram pelo controle de qualidade da empresa por terem, por exemplo, um fio puxado ou a cor mais clara que a das demais peças similares. No caso de roupas brancas, mesmo sem falhas, basta que estejam sujas para serem consideradas de segunda linha – as lojas não podem lavar as peças.

Em outras situações, há até itens de primeira linha mais baratos simplesmente por estarem à venda na própria fábrica e não terem a margem de lucro dos revendedores incluída no preço final. Em todas as lojas visitadas pela reportagem, as empresas tinham espaços separados para as peças de primeira e de segunda linhas.

Na Red Onion, confecção de roupas jeans com sede em Santo André e duas lojas na cidade, é possível encontrar, por R$ 15 a R$ 30, calças e saias com pequenos defeitos – como fios puxados ou partes desfiadas (que passam até por detalhes da peça). Pelos mesmos preços, também há produtos sem falha que não têm numeração variada. As peças de primeira linha, exatamente iguais às vendidas no varejo comum, custam entre R$ 30 e R$ 50. “O consumidor encontra a mesma calça que pagaria R$ 100 na loja por menos da metade do preço”, destacou o proprietário da empresa, Rafael Ferreira.

O mesmo acontece na Open Fire, cuja loja de fábrica fica em Santo André. No local, são vendidas apenas roupas de primeira linha. “No mínimo, o cliente encontra produtos pela metade do preço. Isso porque vendemos no varejo com o mesmo valor do atacado”, disse a gerente Lilian Roberta Costa. Para o período natalino, a empresa oferece abatimentos de até 30% sobre produtos já com desconto.

Na Porcelana Schmidt, com unidade industrial em Mauá e loja no mesmo local, xícaras e pratos com pequenos defeitos podem ser adquiridos por menos de R$ 2, enquanto os valores para itens de primeira linha custam, na maioria dos casos, o dobro do preço.

“Às vezes, são defeitos tão pequenos que nós mesmos não conseguimos identificar. Mas vendemos mais barato porque, por algum motivo, as peças não foram aprovadas pelo controle de qualidade”, explicou a gerente da loja Linda Mirtes da Silva. Segundo ela, os itens de primeira linha custam o mesmo preço na loja de fábrica e no varejo em geral. “Porém, temos toda a linha da empresa disponível, o que não acontece nos revendedores.”

Na indústria mais antiga em funcionamento do Grande ABC, a Tognato, de São Bernardo, tradicional na fabricação de cobertores, a intenção é aproveitar a época de verão para vender itens como toalhas de mesa, banho, lençóis e colchas para presente de Natal. Mas, apesar disso, a promoção para o Natal é de cobertores. Devido ao clima irregular das últimas semanas, a fábrica está aproveitando para desovar o estoque de cobertores remanescente do inverno.

Inaugurada na última terça-feira, a Loja Dasfábricas, em São Bernardo, também comercializa peças de cama, mesa e banho. “Abrimos agora para aproveitar o período de Natal. Comercializamos itens de diversas marcas, vindos diretamente da fábrica. Um roupão de banho que vendemos por R$ 50 aqui, custa R$ 100 no shopping”, afirmou o proprietário Carlos Manuel Almeida. Tanto na Tognato quanto na Dasfábricas, no caso de peças com falhas, como corte menor ou maior que o padrão, os preços representam metade dos demais sem defeito.

A Pan Chocolates, de São Caetano, apresenta como diferencial na loja de fábrica produtos indisponíveis no varejo em geral. “Não tenho como dizer o quanto é mais barato aqui porque cada revendedor pratica um preço diferente. Mas com certeza aqui o valor é menor”, afirmou a relações públicas da empresa Daniela Falchero de Oliveira. A empresa apostou na decoração da loja de fábrica, que conta até com Papai Noel em tamanho real e presépio neste ano.

No Frigorífico Kassel, a produção fica em Ribeirão Pires, mas a loja de fábrica está em Santo André. Os consumidores encontram produtos como tender e lingüiças com preços até 10% menores que os praticados no varejo. Além disso, a empresa também revende itens comuns a qualquer açougue.




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