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Irmão do presidente Lula é interrogado pela Polícia Federal
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
05/06/2007 | 07:09
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A Polícia Federal fez segunda-feira de manhã uma busca na casa de Genival Inácio da Silva, o Vavá, 63 anos, irmão do presidente Lula. Vavá mora no bairro Paulicéia em São Bernardo, e segundo Edson Inácio, 43, filho mais velho do irmão do presidente, um delegado e dois agentes estiveram na casa por volta de 6h, devido a escutas da Operação Xeque Mate, que prendeu 77 pessoas em seis Estados, acusados de envolvimento com o crime organizado.

A busca na casa de Vavá teria sido motivada por escutas em que Dario Morelli, um dos homens apontados como envolvido pela operação, faria menção ao irmão do presidente. O assunto seria relacionado à máfia de máquinas de caça-níquel.

Segundo Inácio, Morelli também mora no Grande ABC. Ele trabalharia na Prefeitura de Diadema, comandada por José de Filippi Júnior (PT).

“Meu pai tem relação de amizade com ele, se conhecem há uns dez anos, de festas do partido”, comentou.

Inácio negou que a PF tivesse apreendido um computador de Vavá. Segundo o sobrinho do presidente, os policiais interrogaram o aposentado por cerca de duas horas e meia, quando fizeram a menção à escuta telefônica envolvendo Morelli. “Não sabemos porque da busca na casa dele. Meu pai não tem nenhuma atividade relacionada a caça-níqueis, nada disso”, disse.

O presidente do PT de Diadema Antonio Lusairto Fidelis disse que conhece Morelli “de vista”. “Nem sei se ele trabalha na Prefeitura. O que posso garantir é que não é filiado ao PT de Diadema.”

Inácio também contou que a família de Vavá está contratando um advogado para acompanhar a investigação da PF, que corre em segredo de justiça por determinação da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul, onde foi deflagrada. “Meu pai nem conhece o Mato Grosso, mas vamos acionar um advogado para acompanhar esse processo todo”, afirmou. “Essa história é uma loucura, não tem nada de concreto”, completou.

Vavá não quis falar segunda-feira com a imprensa e permaneceu em casa, na rua Isidoro Dias Lopes, na Paulicéia.

Balanço - Segundo balanço divulgado pela Polícia Federal, foram presas 77 pessoas e cumpridos 50 mandados de busca em São Paulo e mais cinco Estados (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e Minas Gerais). Entre os presos estão policiais civis e militares, acusados de receber propinas para facilitar as atividades da quadrilha. O ex-deputado estadual Roberto Razuk, do Mato Grosso do Sul, é um dos presos.

Cerca de 600 agentes foram mobilizados na operação, que resulta de dois inquéritos policiais comandados pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Fazendários da Superintendência Regional da PF no Mato Grosso do Sul. Segundo a PF, durante as investigações foram constatados “alvos” comuns nos dois inquéritos.

O delegado Alexandre Custódio, coordenador da operação, disse que as prisões foram acompanhadas de apreensões de dezenas de carros de luxo, utilitários, caminhões, além de uma quantia ainda não calculada de ouro, dólares, reais e máquinas caça-níqueis.

O ex-deputado estadual Roberto Razuk foi detido em Dourados, sul do MS. Já o ex-deputado federal pelo Paraná Nilton César Servo (PSB), conseguiu escapar ao cerco. Ele é acusado de ser um dos principais exploradores da máfia dos caça-níqueis. (Com AE)




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