Economia Titulo Silêncio
Pirelli adia definição sobre afastamentos

Empresa não foi a reunião marcada com
sindicato para tratar de termos do lay-off

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
14/04/2015 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Após duas semanas do anúncio oficial de que a Pirelli colocará cerca de 1.500 funcionários de todo o Brasil em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), a empresa ainda não definiu detalhes sobre o afastamento. Apenas na unidade de Santo André, aproximadamente 450 empregados deverão ser afetados pela medida, que tem como objetivo “adequar o nível de produção à demanda do mercado”. Diante do silêncio da companhia, a apreensão é forte entre os colaboradores.

Segundo o presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região, Márcio Ferreira, estava agendada para a tarde de ontem reunião entre a entidade e o gerente de recursos humanos da multinacional italiana. Entretanto, diz o sindicalista, o encontro foi desmarcado pela empresa, que teria alegado que o representante não poderia comparecer à planta do Grande ABC para participar da negociação.

Mesmo diante do silêncio da direção da Pirelli, Ferreira avalia que a demora ainda não é “anormal”. “Eles não conversam apenas com os trabalhadores de Santo André. Tem outros sindicatos envolvidos, por isso precisam de um prazo maior”, comenta. A companhia possui outras três unidades no País, em Campinas (interior de São Paulo), Gravataí (Rio de Janeiro) e Feira de Santana (Bahia).

Na segunda-feira da semana passada, a Pirelli apresentou ao sindicato as condições propostas para o lay-off. Entre elas estavam a alteração na jornada semanal, que passaria de 6x2 (seis dias de trabalho e dois de folga) para 6x1 (apenas um dia de descanso). O número de turmas de trabalho cairia de quatro para três, enquanto a carga horária subiria de 39,5 para 44 horas por semana.

No dia seguinte, os sindicalistas entregaram aos patrões a contraproposta, que contém exigências como a manutenção da carga horária e a ampliação da multa paga pela empresa em caso de os trabalhadores serem demitidos durante o lay-off, previsto para durar cinco meses. A legislação determina que, em caso de dispensa durante o afastamento, o empregador deve pagar um salário nominal ao funcionário desligado. A categoria reivindica pagamento de cinco salários.

Procurada pelo Diário, a Pirelli informou apenas que está “conversando construtivamente com o sindicato” e que deverá ser marcada reunião com representantes dos trabalhadores até o fim da semana. Segundo Ferreira, o novo encontro deverá ocorrer amanhã de manhã na sede da entidade, no bairro Bela Vista, região central da Capital.

CAMPANHA SALARIAL

Os sindicalistas deverão se reunir nas próximas semanas com o sindicato patronal da indústria de artefatos de borracha para discutir sobre as reivindicações da categoria para a campanha salarial deste ano. A principal exigência dos trabalhadores é a reposição da inflação (que deve ficar entre 9,5% e 10% no acumulado de 12 meses até junho) mais reajuste real de 2%.

Outro item cobrado pelos borracheiros é a unificação do piso salarial em R$ 1.500 para todo o País. Sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), a categoria pede R$ 12 mil para os empregados das fabricantes de pneus. 




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