As críticas à política econômica do governo federal voltaram a fazer parte da campanha do candidato do PSDB ao governo do Estado, José Serra. Quinta-feira, durante encontro com empresários na Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Serra enumerou os problemas que, segundo ele, afligem o setor têxtil de confecção.

Serra disse que o setor é afetado pela valorização do real ante o dólar, a taxa de juros considerada elevada, a falta de política tributária para garantir competitividade ao setor e, ao mesmo tempo, a adoção de uma política de comércio exterior “tímida”, insuficiente para abrir mercados para produtos brasileiros. “Temos os juros mais altos do mundo, mesmo depois da queda da Selic, porque, na outra ponta, a inflação é quase negativa”, disse o tucano.

Segundo Serra, o governo Lula pratica a “má economia”, por subestimar os efeitos que os juros altos provocam no câmbio, sobrevalorizando a moeda e retirando a competitividade da indústria nacional as exportações. “China e Argentina não seguraram suas moedas de forma contemplativa, como acontece no Brasil. Compraram reservas”, analisou.

Após criticar a política monetária, Serra afirmou que o governo Lula não tem dado tratamento adequado à questão tributária para o setor produtivo e que, por isso, os industriais brasileiros têm enfrentado dificuldade para competir globalmente.

Pesquisa – O ex-prefeito de São Paulo considerou “ótimo” o resultado da última pesquisa do Instituto Datafolha na corrida estadual, na qual as intenções de voto dele caíram de 52% para 48%. Mesmo assim, ainda venceria no primeiro turno.

“Acho que o resultado foi ótimo e não poderia ser melhor. Temos mais de 60% dos votos válidos no primeiro turno, e mais de 70% no segundo turno. Realmente, acho que seria muito difícil estar melhor do que isso”.