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Mercado online também conquista novos consumidores
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
22/03/2009 | 07:05
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O mundo da internet também já faz parte da vida dos incluídos nas classes C e D. Empresas dedicadas à venda de produtos pela rede mundial tentam entender os hábitos de consumo dos ‘e-consumidores' (consumidores via internet) de baixa renda.

Pesquisa realizada pela e-bit e o Instituto Análise junto a consumidores com renda familiar de até R$ 1.000, apontou que a maioria dos eletroeletrônicos requisitados via internet, por exemplo, são televisores em cores e aparelhos celulares.

Por outro lado, aparelhos mais caros, como notebooks e TV's LCD têm ainda baixo interesse para esse grupo de consumidores.

PERSPECTIVAS
O diretor geral da e-bit, Pedro Guasti, ressalta que 29% do total dos ‘e-consumidores' de baixa renda declaram que pretendem adquirir um notebook nos próximos seis meses, 22% pretendem comprar uma TV LCD, e 26% pretendem adquirir uma câmera digital - produtos objeto de desejo a curto prazo para o segmento.

Para estimular este mercado, as lojas virtuais apostam em facilidade de crédito e promoções. "Diferente de alguns anos atrás, hoje, o acesso ao cartão de crédito possibilita que consumidores da baixa renda adquiram produtos que antes era impossível. Com o cartão, a pessoa passa a ter um financiamento cujas parcelas mensais cabem no bolso. E, na hora da compra, isso é o mais importante", explica Guasti.

TENDÊNCIA
Para ele, a tendência é que as classes sociais baixas continuem crescendo no mercado consumidor, principalmente depois da alta do salário mínimo, afinal, em 2008, a baixa renda representou cerca de 40% do total das compras feitas pela internet.

Redes se adaptam às novas faixas de renda

Pensando em atender as necessidades das classes C e D, a Telhanorte - rede varejista de materiais para construção -, por exemplo, comprou as 10 lojas da bandeira Center Líder. "Nossa intenção ao incorporarmos essa companhia é justamente oferecer um novo conceito de loja, uma diferenciada gama de produtos e uma estrutura com custo menor, assim vamos conseguir repassar ao consumidor dessa fatia da população um preço mais atrativo de compra", explica o diretor geral da Telhanorte, Ney Galvão.

O investimento é justificado pelo crescimento das classes C e D. "Notamos que nos últimos dois anos o consumo dessa fatia dobrou em relação aos consumidores que pertencem as classes A e B, principalmente, nas unidades que estão na região Metropolitana, como Guarulhos, Osasco e no Grande ABC", sublinha Galvão.

A Center Líder inaugura na próxima semana a sua terceira loja na região, em Santo André. "A localização é estratégica: fica na Pereira Barreto, fronteira com São Bernardo", acrescenta o executivo da Telhanorte.

Ainda de acordo com Galvão, as pessoas que se encaixam nas classes sociais C e D buscam, muito mais do que as outras, modalidades de financiamento. Por esse motivo, a rede oferece cartão próprio que facilita o pagamento em até 10 vezes sem juros. "O importante é a prestação caber no bolso do consumidor".

A rede de supermercados Dia, do Grupo Carrefour, também de olho nas classes menos abastadas, possui 36 lojas no Grande ABC, o que corresponde a um pouco mais de 10% do total de unidades instaladas no Estado de São Paulo.

Segundo a empresa, a região apresenta o maior centro consumidor de produtos de marca própria da rede - itens em grande quantidade nas lojas Dia, lembrados pelos baixos preços. Para se ter uma ideia, em 2008 a rede registrou crescimento de 15% no número de clientes que frequentam suas lojas.

A Refrigerantes Convenção também aposta na população das classes C e D. As cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano foram escolhidas como ponto de distribuição dos produtos da companhia, "Ficamos mais próximos dos nossos clientes", destacou a gerente de marketing da empresa, Sheila Mugnato de Vasconcelos.




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