O primeiro diagnóstico do Plano Regional de Mobilidade apontou 163 demandas de intervenções viárias para aumentar a fluidez no deslocamento entre as cidades. O projeto, que custou R$ 1 milhão, foi contratado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, sendo R$ 800 mil investidos pelo Estado. A execução das obras, bem como a captação de recursos, ficará a cargo de cada Prefeitura.

Das propostas ativas, apresentadas pelas administrações municipais, 93 são para a criação de novas avenidas e 39 para a ampliação da capacidade do viário já existente, como duplicações. O projeto também aponta 20 sugestões para melhoria de corredores existentes e 11 para dar prioridade ao transporte público, como corredores de ônibus e faixas preferenciais.

Para definir a localização das intervenções, o Grande ABC foi dividido em dez eixos com as ligações mais importantes entre as sete cidades e acessos para outras regiões. As propostas serão divididas por níveis de importância: regional, municipal ou local.

Entre as soluções apresentadas estão a construção e complementação de alças de acesso nas rodovias Imigrantes e Anchieta e a duplicação de trechos da Índio Tibiriçá. Em Santo André, foi proposta a criação de faixas preferenciais para ônibus em avenidas como Santos Dumont e Queiróz dos Santos, além das ruas Siqueira Campos e General Glicério. Também é sugerida a construção de viaduto de transposição da Avenida Firestone sobre a Santos Dumont e da Giovanni Batista Pirelli sobre a Marginal Cassaquera.

O urbanista Marcos Bicalho, consultor da empresa que executa o plano, informa que o objetivo do projeto é subsidiar ações integradas entre as cidades. "É preciso resolver os gargalos presentes e pensar nos problemas futuros. A região do bairro Sertãozinho, em Mauá, é uma das que terão problemas daqui a alguns anos devido ao acúmulo de empresas de logística em função do complexo do Rodoanel", exemplifica. 

TRANSPORTE PÚBLICO
O plano traçou diagnóstico que aponta sobreposição das linhas de ônibus municipais e intermunicipais. Para a coordenadora do Grupo de Trabalho de Mobilidade do Consórcio, Andrea Brisida, o documento ajudará a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) a montar a licitação do Lote 5, que envolve os itinerários do Grande ABC. "Com as prioridades documentadas, fica mais fácil, inclusive, pleitear novos investimentos junto ao Estado e à União."