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Uma calçada vence a Serra do Mar

O professor Francisco Vidal Luna cuida do volume 2 da coleção São Paulo...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
07/03/2012 | 00:00
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O professor Francisco Vidal Luna cuida do volume 2 da coleção São Paulo (IOE, Poiesis, lançada neste ano). A obra trata da evolução estadual no século 18, quando a mão de obra maior paulista passou a ser a dos escravos africanos - até então os colonizadores exploravam os indígenas, basicamente.

Geograficamente, mais uma vez é destacada a barreira natural da Serra do Mar. Ela atravessa boa parte do País no sentido Norte-Sul. E delimita o território do atual Grande ABC. Vencida a serra, surgem os primeiros núcleos ocupados ao redor de São Paulo, como Guarulhos, Santana do Parnaíba, Embu, Cotia, Guararema, hoje municípios da Região Metropolitana.

E o Grande ABC? Estatística de 1765 cita a região. A cidade de São Paulo era habitada, naquele ano, por 20 mil habitantes. Mas no núcleo central e nos bairros limítrofes - como Brás, Santa Efigênia, Penha, Nossa Senhora do Ó e São Bernardo (Paróquia da Sé) - residiam 4.000 pessoas livres, o que representava população total de aproximadamente 6.000 habitantes, considerada também a provável população escrava ali existente (página 24, em que é citada Maria Luiza Marcílio; ela é autora de trabalhos sobre o tema lançados em 1974 e 2000).
A Guerra dos Emboabas (entre 1708 e 1709) merece parágrafos no trabalho. Trata-se de conflito armado entre os paulistas e os recém-chegados, preconceito mal disfarçado mesmo nos tempos atuais.

Como obra pública importante aparece, já no fim do século estudado, a Calçada do Lorena, que vence a Serra do Mar entre Cubatão e São Bernardo, facilitando a comunicação em século que antecede a vinda da estrada de ferro. Escreve o autor: "Ao final do século, tropas cruzavam o território paulista por todos os lados; formavam-se pousos, ranchos e povoados ao longo dos caminhos para dar suporte aos tropeiros e viajantes" (página 61).
Vários desses pousos foram localizados no território de São Bernardo. Um deles, já em ruínas, foi fotografado, em Rudge Ramos, antigo bairro dos Meninos, pelo jornalista Hermano Pini Filho e citado por José de Souza Martins (ambos ex-News Seller e Diário).

Amanhã: São Paulo no século 19, por José Leonardo do Nascimento.

SANTOS DO DIA
Perpétua, Felicidade e Saturnino.
Fonte - Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Vozes, 2012.

Na foto, Nossa Senhora das Dores, Proveniente da antiga Matriz de Santo Amaro, na Capital. Século 18. Arte portuguesa. Rosto e mãos de madeira policromada. Armação de roca e tecido.
Fontes - Museu de Arte Sacra de São Paulo; Andréa Maria Zabrieszach Afonso dos Santos, museóloga; foto: Iran Monteiro. Contatos: 3326-1373; 5393-3336; mas@museuartesacra.sp.gov.br.

MUNICÍPIO PAULISTA 
Pirangi. Elevado a município em 1935, quando se separa de Jaboticabal.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Domingo, 7 de março de 1982
Manchete - Estação Campo Grande da Refesa será demolida. O local onde existe a estação será transformado em pátio de manobras. A reportagem localiza, na estação desativada, relógio e cofre datados de 1861. E o Diário publica um ensaio fotográfico sobre a estação, que resiste, 30 anos depois, mas em ruínas.
Movimento Sindical - Brastemp demite após suspender negociações; cegonheiros ameaçam parar.

EM 7 DE MARÇO DE...
1907 - Nasce na Rua das Graças, 6, em Brescia, na Itália, Loris Massarani, professor e engenheiro que viria para o Brasil no fim da década de 1930 e chegaria a Santo André em 1983, onde produziu um livro de memórias, que continua inédito.

TRABALHADORES
184 - José Vitalino de Souza Filho, 43. Natural de Piancó (PB). Operário da Atlantis. Residia à Rua General Osório.
185 - Benedito Pedro de Souza, 33. Natural de Socorro (SP). Operário da Rhodia. Residia à Rua Rio Grande do Norte, 294 
186 - Maria Velachim, 31. Natural de Vargem Grande (SP). Operária da Rhodia. Residia à Rua Venezuela, 362.
Fonte - 2º livro geral de registro de associados do Sindicato dos Químicos do ABC. Ano: 1957. Presidente: Trajano José das Neves.

HOJE
Dia do Fuzileiro Naval.

CRÔNICA DE UM MINEIRINHO
Depoimento: Expedito Soares
Onde está o Limpão era um "limpão" mesmo. Um campo de futebol. Certo dia, eu e o Boquinha, cunhado do meu irmão, seguimos para o Limpão. Pedimos pra jogar.
- Deixa entrar pra jogar... - pediu o Boquinha.
- Não vai entrar, ta completo.
De repente a bola sai de campo. Vem em nossa direção. O Boquinha pega um canivete e fura a bola. Vinte e dois jogadores querendo bater em nós.
- Você é louco! Você bebeu? - recriminei. E correndo, fugimos. Eu e ele.TB- Comigo é assim mesmo, se eu não jogo, ninguém joga...

OSMAR ARMANDO BALLISTA FILHO
(Santo André 9-11-1949 - 1º-3-2012)

O jovem Osmar Armando Ballista Filho abraçou a profissão do pai, Osmar Armando Ballista, tornando-se médico. Formou-se pela Fundação Universitária do ABC, especializando-se em cirurgia e Medicina do Trabalho. Exerceu com brilho a profissão, em vários locais, como o Hospital Municipal de Santo André, onde alcançou função de chefia. O mesmo hospital quase centenário, a poucos metros da sua casa, na Vila Assunção.

Um descolamento da retina o impediu de continuar como cirurgião. Partiu para outra, sempre na Medicina, e alcançou o primeiro lugar no Estado de São Paulo num concurso para médico legista. Com a classificação, pôde escolher o local de trabalho. Optou por Bebedouro, onde terminou de criar os filhos e ficou próximo dos sogros. Foram 20 anos no Interior. Filhos crescidos, voltou para a sua Santo André e a partir de 2009 para 2010 passou a atuar na Zona Leste de São Paulo.

"Ele adorava Santo André, tanto que vínhamos quase todo final de semana para cá de Bebedouro, em visita à dona Anésia Magdalena, sua mãe", conta a mulher, Dilma Nely Pereira Ballista.

Dr. Ballista gostava de computação. Mantinha correspondência com amigos, fazia montagem de fotos. Era o seu passatempo. Então veio a doença e a partida, aos 62 anos. Está sepultado no Cemitério da Saudade, em Vila Assunção. Deixa a mãe de 87 anos, a mulher, os filhos Osmar Neto e Cristiane, o primeiro neto, Enzo. A missa de 7º dia será hoje, às 19h, na Matriz de Santo André, onde foi batizado, onde casaram seus pais, onde se casou com Dilma, onde foram batizados seus filhos. 

FALECIMENTOS

SANTO ANDRÉ
Barnabé Soares da Silva, 57. Natural de Juazeiro (BA). Dia 2, em São Bernardo. Cemitério Cristo Redentor, em Vila Pires.
Mauro Barbosa dos Santos, 53. Natural de Ibiporã (PR). Dia 4, em São Bernardo. Memorial Jardim Santo André.
Benedito Onivaldo Ferreira, 50. Natural de Catiguá (SP). Dia 3, em São Bernardo. Cemitério Phoenix.

SÃO BERNARDO
Hilda das Dores Ferreira Papini, 73. Natural do Rio de Janeiro. Dia 2. Jardim da Colina.
Efigenia Eulalia dos Santos, 66. Natural de Amparo da Serra (MG). Dia 4. Cemitério do Baeta.
Genésio Fernandes, 63. Natural de Álvaro de Carvalho (SP). Dia 4. Cemitériodos Casa.
Joaquim Nicolau de Sousa, 58. Natural de Bocaina (PI). Dia 3. Jardim da Colina. 

SÃO CAETANO
(Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica)
Libera Basan Pinesso, 100. Natural de Santa Cruz das Palmeiras (SP). Dia 1º.
Geralda Machado Petreca, 94. Natural de Muzambinho (MG). Dia 28.
Sara Castelli Giorgetti, 89. Natural da Itália. Dia 23.
Maria Arciero Zuliani, 85. Natural de São Paulo (SP). Dia 21.
Vitalina Pironatto Giorgetti, 84. Natural de São Caetano. Dia 23.
Maria Gracia Junta Girari, 82. Natural de São Manuel (SP). Dia 29.

DIADEMA
Luzia Francisca Cordeiro da Silva, 59. Natural de Belo Jardim (PE). Dia 2, em São Bernardo. Cem. Municipal.

Serviços Funerários: Santo André - 4433-3544; São Bernardo - 4330-4527; Diadema - 4056-1045; Mauá - 4514-7399; Ribeirão Pires - 4828-1436; Rio Grande da Serra - 4820-4353.
Para anunciar um falecimento, ligue para 4435-8000.




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