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Acidentes de trabalho têm o pior resultado em cinco anos
Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
09/11/2005 | 08:30
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Os números de acidentes do trabalho registraram em 2004 o pior resultado desde 2000 no país, de acordo com dados divulgados terça-feira pelo Grupo Cipa, Sindiseg (Sindicato da Indústria de Material de Segurança) e da ABS (Agência Brasil de Segurança) com base em dados coletados da Previdência Social.

No ano passado, 1,37% dos trabalhadores brasileiros da economia formal (com carteira assinada) sofreram algum tipo de acidente, contra 1,33% há cinco anos. Em 2003, o índice foi de 1,26%.

De acordo com o estudo, em 2004 foram registrados 458.956 ocorrências. Quase metade delas, 211.559, se concentraram na indústria, sendo outros 202.566 casos no segmento de serviços.

Acidentes – Já o número de mortes decorrentes de acidentes somou 2.801. No Estado de São Paulo, 1,67% dos empregados formais se acidentaram no ano passado. O total de ocorrências registradas foi de 170.036 e o número de mortes totalizou 665.

“Os resultados dos últimos cinco anos denotam a diminuição dos investimentos em programas de gestão por parte do setor privado. Apesar de ter ocorrido uma piora discreta, podemos dizer que os índices estão estacionados há cerca de 12 anos, quando começaram a ser implantados programas de segurança nas empresas. Falta incentivo na atual legislação”, afirmou José Roberto Sevieri, diretor do grupo Cipa.

Sevieri se refere as alíquotas do SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) pagas atualmente pelas companhias, que não incentivam investimentos em programas de prevenção. Pelo critério atual, as empresas contribuem mensalmente ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com 1%, 2% ou 3% de sua folha de pagamentos, de acordo com o risco que sua atividade pode produzir.

“Defendemos um sistema de tarifação individual, que deverá entrar em vigor em janeiro de 2006 através de uma portaria da Previdência Social. As alíquotas serão diferenciadas para quem apresentar os menores índices de acidentes”, diz Sevieri.

Do total de acidentes de trabalho registrados no ano passado no país, cerca de um terço ocorreu nas mãos do trabalhador. O estudo revelou que a parte mais atingida foi o dedo, com 109.856 das ocorrências, seguido de 40.409 problemas registrados com as mãos dos empregados. Acidentes de trabalho envolvendo os pés totalizaram 33.329 e a região do dorso (que inclui músculos dorsais, coluna e medula espinhal), 26.019 casos.

A faixa etária mais atingida foi a de 25 a 29 anos, que contabilizou 88.477 ocorrências. “Isso mostra que o trabalhador está mais exposto a acidentes justamente quando atinge a maturidade profissional”, afirma Sevieri. Em seguida, estão os trabalhadores entre 20 e 24 anos, e, em terceiro lugar, os situados entre 30 e 34 anos.

Apesar de os números de acidentes de trabalho terem aumentado nos últimos cinco anos, o estudo revelou que os índices encontrados em 2004 apresentaram melhora na comparação com os últimos 25 anos. Em 1980, 7,84% dos trabalhadores brasileiros com carteira assinada sofreram algum tipo de acidente e para cada um milhão de trabalhadores foram registrados 258 mortes.




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