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Casal realiza campanha para encontrar filha entregue a casal de Sto.André há 32 anos

Arrependida de decisão tomada por desespero, mãe biológica tem esperança de realizar sonho

Por Leonardo Santos
27/11/2016 | 07:00
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Denis Maciel


 Trinta e dois anos após terem entregue a filha recém-nascida para adoção, o casal formado pela empregada doméstica aposentada Risonete Alves da Silva, 70 anos, e pelo marceneiro aposentado João Bandeira, 72, realiza campanha nas redes sociais para encontrar a familiar. Uma das poucas informações que os moradores de Embu das Artes, na Região Metropolitana, dispõem é que a família que acolheu o bebê, nascido no dia 21 de março de 1984, às 23h43, no Hospital Universitário da USP (Universidade Estadual de São Paulo), residia em Santo André.

Tomada pela emoção, Risonete revela que a decisão de entregar a filha a uma família de desconhecidos, indicada por vizinhos, foi motivada pela situação financeira difícil enfrentada na época. O casal de pernambucanos tinha acabado de se estabelecer na Capital, mais precisamente na Vila Madalena, quando a notícia do segundo filho os pegou de surpresa. “Nossa situação era bem difícil. Eu, imatura e desesperada já com um filho de 1 ano e dois meses, não vi outra opção. Mal sabia que estava comentando o pior erro da minha vida”, desabafa.

Com ajuda de uma vizinha, o casal foi apresentado a uma família de Santo André ainda sem filhos e com interesse em cuidar do bebê. “Era uma casal que tinha boas condições. Lembro-me da mulher se chamar Vera, que eles eram comerciantes e que o nome escolhido para a menina era Priscila”, comenta Risonete.

Conforme a empregada doméstica aposentada, o acordo extra-judicial entre as famílias previa visitas regulares da menina à mãe biológica, além de manutenção de contatos e endereços. No entanto, por azar do destino, o imóvel onde a família de Risonete morava foi atingido por enchente, capaz de destruir todas as anotações sobre o paradeiro da filha. “Eles (pais adotivos) estavam cumprindo o combinado. Algumas semanas depois de levarem minha filha, eles retornaram e, juntos, a levamos para tomar vacinas. Mas houve uma enchente que atingiu nossa casa. A Prefeitura nos ofereceu auxílio-aluguel e fomos morar em Taboão da Serra (Região Metropolitana). Perdemos tudo, inclusive o contato do casal.”

A família de Risonete chegou a voltar à Vila Madalena em busca de informações sobre o pais adotivos, sem sucesso. “Ninguém sabia sobre eles. Ela (a filha) foi registrada no nome deles, outro fator que dificulta muito encontrá-la”, lamenta a mãe biológica, que teve outros três filhos.

“Sei que serei muito julgada. Nunca perdi a fé e a esperança de reencontrar minha filha. Todos esses anos se passaram e o meu amor é o mesmo. Tudo o que eu quero é pedir perdão a ela”, ressalta Risonete. A família criou o e-mail procuropriscilafilhabiologica@yahoo.com.br para que as pessoas que tenham notícias sobre a filha possam entrar em contato.




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