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Conferência da ONU sobre Afeganistão será em Bonn
Do Diário OnLine
Com Agências
22/11/2001 | 00:59
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A conferência convocada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o futuro administrativo do Afeganistão mudou de sede. Marcada para começar na próxima segunda-feira, a reunião passou de Berlim para Bonn (ambas cidades alemãs). As mulheres, que tiveram muitos direitos cerceados durante o domínio da milícia Talibã, farão parte do encontro. Atendendo ao pedido da ONU, o ministro ligado à Aliança do Norte Yunis Qanuni revelou que sua comissão levará pelo menos uma representante. O grupo que representará o rei deposto afegão Mohammed Zahir Shah também prometeu uma mulher entre seus participantes.

Depois da queda do Talibã em Kabul (capital do Afeganistão), algumas mulheres tiraram as burkas (a capa que as cobre dos pés à cabeça, inclusive escondendo o rosto) e passaram a reivindicar empregos. Escolas para meninas, que foram fechadas pela milícia ou funcionavam na clandestinidade, voltaram a atuar com a queda do antigo governo.

Discussões - O encontro na Alemanha deve dar início ao plano de reconstrução pós-Talibã traçado pela ONU. O representante do secretário-geral Kofi Annan, Lakhdar Brahimi, quer trocar a proposta prévia de um conselho com 200 membros por um grupo de 20 governantes provisórios. O segundo passo, nos planos de Brahimi, seria a formação de uma assembléia constituinte e a escolha definitiva dos governantes.

Mas a tarefa a ser cumprida na Alemanha está longe de ser simples, pois o Afeganistão é um país dividido em diversas tribos, pessoas de etnias e correntes religiosas distintas. O poder, pelo menos em um primeiro momento, terá de ser consensual, com representantes que agradem à maioria.

Burhanuddin Rabbani, presidente do governo liderado pela Aliança, disse que o grupo concorda em dividir o poder no Afeganistão. Mas a própria Aliança do Norte, que está expulsando o Talibã do governo, hesitou em participar da conferência.

Chefes tribais que estão ajudando a Aliança a expulsar os talibãs de diversas regiões passam ao domínio de seus feudos logo depois de cumprida a missão de depor o antigo governo.

Setores populares afegãos e grande parte da comunidade internacional queriam que o rei deposto Mohammed Zahir Shah voltasse ao país para ajudar no processo administrativo – ou mesmo para retomar o poder, tomado dele em um golpe militar executado em 1973.

O monarca de 87 anos, que vive exilado em Roma (Itália) desde sua deposição, já avisou que não volta para governar. Mas se diz disposto a ajudar.




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