Entidade permitiu ao Água Santa quebrar
regulamento e impediu Atibaia de jogar A-2
Como não fez a lição de casa e não tem estádio com iluminação para disputar o Campeonato Paulista, como determina o regulamento geral da competição, o Santo André terá de contar com a boa vontade da FPF (Federação Paulista de Futebol) no conselho técnico de terça-feira, para fazer valer a vaga obtida em campo, com o título da Série A-2, e mandar suas partidas no Bruno Daniel às tardes. Se a expectativa é boa pelo precedente aberto em 2015 com a inclusão do Água Santa na elite mesmo sem a capacidade exigida e sem iluminação do Estádio do Inamar, vale lembrar que a entidade barrou o Atibaia de disputar a Série A-2 pelo mesmo motivo.
No caso do Netuno, o time foi surpreendido no conselho técnico do Paulista, quando foi ameaçado de ficar sem a vaga porque o Inamar tinha capacidade para 5.000 torcedores, enquanto o regulamento exigia 10 mil. A diretoria justificou que estava realizando obra de ampliação e iniciou-se a novela, até que a FPF ignorou o prazo contido no regulamento e autorizou a inclusão do time de Diadema na disputa, após quase um mês (leia mais ao lado).
No caso do Atibaia, a decisão foi outra. A equipe obteve vaga na Série A-2 após terminar em quarto a Série A-3 de 2015, mas o Estádio Salvador Russani, onde manda seus jogos, tinha capacidade para 3.000 pessoas, quando o mínimo exigido era de 8.000. A diferença é que não havia projeto para ampliação e o prefeito, agora reeleito, Saulo Pedroso (PSB), disse que o município não tinha os R$ 6 milhões estimados para ampliação.
Existem outras decisões da FPF favoráveis aos clubes quando existe projeto em execução para cumprir o regulamento, mesmo fora do prazo estipulado. O Votuporanguense é um exemplo. O time subiu para a Série A-2 em 2015 e, na semana seguinte, iniciou a construção de estádio, seguindo o que era exigido. Mesmo finalizando a obra da Arena Plínio Marin poucos dias antes da estreia neste ano, o time não correu o risco de ser eliminado do torneio.
No caso do Bruno Daniel e do Santo André, a situação se complica justamente porque a Prefeitura não informa se já foi feita a licitação para a compra das torres e dos refletores nem o prazo para execução da obra. O investimento deve girar em torno de R$ 2,5 milhões, valor investido em 2011 por São Bernardo para iluminar o Estádio 1º de Maio – os projetos são semelhantes.
Carlos Grana garante que vai instalar iluminação até dezembro
“Faremos a iluminação até dezembro. É isso que o clube irá falar no conselho (técnico, terça-feira). Tudo o que prometemos em relação ao Bruno Daniel nós cumprimos e isso nos dá crédito para continuar tocando a obra”, explicou Grana.
“Caso eu seja escolhido pela população, na semana seguinte vou até a Federação Paulista me comprometer a resolver a situação. Apesar de assumir apenas em janeiro, temos de encontrar expedientes legais para garantir a finalização das obras do Bruno Daniel, não dá para ficar de braços cruzados esperando chegar janeiro”, prometeu.
A vaga foi confirmada mesmo sem o Inamar contar com iluminação, item obrigatório no regulamento geral da competição. A situação, por pouco, não pôs em risco a conclusão da primeira fase do Estadual.
Como de costume, a FPF marcou todos os jogos da última rodada para o mesmo horário (16h) e, sabendo que a luz natural não seria suficiente, a diretoria do Netuno instalou refletores improvisados para tentar minimizar o problema no duelo derradeiro, contra o São Bernardo.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.