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Câncer de próstata interna mais

Número de hospitalizações por doença aumentou 81,13% em dez anos na região, segundo DataSus

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
28/11/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 O número de homens residentes no Grande ABC que foram internados com câncer de próstata aumentou 81,13% na última década, de acordo com dados do sistema DataSus, do Ministério da Saúde. A alta pode ser explicada, em parte, pela maior conscientização do público masculino em procurar por exames, o que tem levado à descoberta de casos que exigem tratamento hospitalar, muitas vezes cirurgia. Uma das ações aliadas da prevenção é a campanha nacional Novembro Azul. Na região, prefeituras iluminam prédios públicos com a cor para alertar sobre os riscos da doença.

Com o diagnóstico positivo para a doença, consequentemente eleva a necessidade de atendimento hospitalar. “Hoje as pessoas se sentem mais à vontade para procurar por uma avaliação e um diagnóstico precoce. Então, naturalmente, esse número aumenta”, diz o urologista da Faculdade de Medicina do ABC Mário Henrique Elias de Mattos.

Segundo os dados do DataSus, de janeiro a setembro (último mês disponível para consulta de informações) houve registro de 384 internações na região, o equivalente a uma hospitalização por dia. Já no mesmo período de 2007, foram contabilizadas 212 internações (veja os dados por cidade na arte ao lado). Óbitos totalizaram 25 e 29, respectivamente.

Para o urologista, apesar de muitos homens ainda resistirem nos cuidados à saúde, o comportamento masculino vem mudando ao longo dos últimos anos. “Hoje, por influência do acesso mais fácil às informações e às campanhas de divulgação, como o Novembro Azul, os homens têm sido sensibilizados sobre o problema”, explica. “Noto também que as mulheres têm participação importante nessa virada de comportamento, pois muitas vezes os homens são estimulados por suas esposas, namoradas ou familiares a procurarem por exames preventivos, encarados com mais naturalidade no universo feminino”, acrescenta.

O especialista aponta ainda que a estrutura de Saúde também mudou e a população “tem mais portas abertas para fazer o diagnóstico”.

O câncer de próstata é a principal causa de morte por doenças oncológicas no homem. O médico salienta que a instalação é silenciosa, mas é potencialmente curável somente quando encontrado em estágios iniciais. Em fases avançadas a doença pode cursar com fraqueza, emagrecimento, dor nos ossos, dificuldade extrema em urinar e sangramento na urina. “O exame de detecção precoce deve ser feito anualmente e ser indicados a partir de 50 anos”, explica o especialista. Exceção deve ser feita em indivíduos de raça negra, obesos ou com histórico familiar da doença, quando a prevenção deve ser iniciada aos 45 anos.

O fotógrafo Miguel Caffaro Neto, 60 anos, de Diadema, nunca fez exames preventivos contra o câncer de próstata. “Não é por receio, é porque me sinto bem e não vejo a necessidade de ir ao médico”, argumenta ele.

Já o aposentado Nivaldo Barbosa dos Santos, 57, de Santo André, começou a fazer os exames aos 40 anos e segue o rito anualmente. “Não se deve deixar as coisas acontecerem para depois ir ao médico procurar ajuda, pois aí já é tarde demais”, ressalta.

A rede pública do Grande ABC conta com, pelo menos, 24 urologistas, distribuídos em São Bernardo (16), São Caetano (7) e Mauá (1). As demais cidades não informaram.  




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