Política Titulo Constituição Federal
Deputados constituintes da região se afastam da cena política

Há 30 anos, cinco nomes do Grande ABC debateram Constituição, entre eles Lula, preso

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
30/12/2018 | 07:00
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 Cinco figuras do Grande ABC estiveram, há 30 anos, na lista de deputados que confeccionaram a Constituição Federal. Três décadas depois, um deles morreu, três se afastaram da política e um está preso condenado por corrupção.

No dia 5 de outubro de 1988, entre os 512 parlamentares na Câmara Federal estavam José Mendes Botelho (PTB), de Santo André, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Felipe Cheidde (MDB) e Tito Costa (MDB), os três de São Bernardo, e José Carlos Grecco (eleito pelo MDB, depois migrou para o PSDB), de Mauá.

Desse rol, Lula foi contra diversos trechos da Constituição Federal, mas assinou a Carta Magna, assim como Botelho, Tito e Grecco. Cheidde, por sua vez, foi um dos dois únicos deputados a se ausentarem na rubrica da lei máxima do País – além dele, Mário Bouchardet (PMDB-MG).

Em março de 2001, Mendes Botelho morreu, aos 58 anos. Presidente do Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo, o petebista havia cumprido mandato de vereador em Santo André e três de deputado federal, deixando a Casa em 1995. Seis anos depois, veio a óbito após beber copo d’água – dias depois a Polícia Civil concluiu que o sindicalista foi envenenado com cianeto.

Da listagem, disparado, quem teve mais êxito na política foi Lula. No ano seguinte à promulgação da Constituição, se lançou pela primeira vez como candidato a presidente da República e foi derrotado por Fernando Collor. O petista concorreu ao cargo máximo do País também em 1994 e 1998 antes de, em 2002, vencer a corrida presidencial.

Lula foi reeleito em 2006 e emplacou sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), em 2010 e 2014. Porém, se tornou alvo da Operação Lava Jato, que apurou desvio de dinheiro em governos petistas. Hoje, está preso em Curitiba, condenado a 12 anos de prisão no caso do triplex do Guarujá.

Ex-prefeito de São Bernardo, Tito voltou à cidade entre 1993 e 1996 para ser vice-prefeito no mandato de Walter Demarchi. Concorreu ao Paço em 1996, mas perdeu para Mauricio Soares. Optou por focar no seu trabalho fora da política: é advogado especialista em Direito Eleitoral. A um dia de completar 96 anos, mantém rotina na profissão.

Grecco se elegeu prefeito de Mauá em 1992 e projetava ser líder da tradicional família mauaense. Depois da experiência como chefe do Executivo, entretanto, saiu de cena e retornou ao ramo de transporte. Aos 69 anos, ainda atua nos bastidores, mas nunca mais disputou cargo eletivo.

Figura polêmica da política regional, Cheidde teve mandato cassado em 1989 – ficou lembrado pelas constantes faltas nas sessões, algo que sempre refutou. Tentou voltar à Câmara por duas vezes, sem sucesso, e decidiu focar no EC São Bernardo, um dos times de futebol da cidade – que hoje é dirigido por seu filho, Felipe Cheidde Júnior. Hoje tem 82 anos.




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