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Oposição espanhola ataca governo em ato de defesa da Constituição
Por Da AFP
03/12/2005 | 18:41
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Cerca de 200 mil pessoas, de acordo com a Comunidade de Madri, se reuniram neste sábado na Porta do Sol em um ato da oposição "em defesa da Constituição", enquanto o líder do PP (Partido Popular), Mariano Rajoy acusou o governo de "querer fragmentar a Espanha".

O líder da oposição conservadora disse que "há uma única nação, a espanhola", que não pode ser "dividida em parcelas" e que "não está submetida a um tirano, de um partido totalitário ou de um credo nacionalista obrigatório", em clara referência ao projeto de ampliação do Estatuto da Catalunha.

Rajoy pronunciou um forte discurso durante a mobilização em homenagem à Constituição espanhola de 1978, convocada por seu partido na Porta do Sol, a emblemática praça central da capital do país e, aclamado por milhares de militantes que agitavam bandeiras espanholas, acusou o governo de romper o espírito desta Constituição, adotada após a queda do franquismo.

A polêmica homenagem à Constituição começou com a leitura de 19 de seus artigos, um para cada região e cidade autônoma, nas línguas oficiais (euskera, catalão e galego), lidos por militantes do partido conservador.

O PP realiza há dois meses uma campanha contra o projeto de ampliação do Estatuto da Catalunha (nordeste), adotada por uma esmagadora maioria no Parlamento regional catalão e que pretende fazer desta próspera região do nordeste da Espanha uma "nação" dotada de prerrogativas fiscais e financeiras reforçadas.

Críticas políticas às motivações da manifestação não faltaram na Catalunha, onde quase uma centena de pessoas se concentrou ao meio-dia diante da sede do PP, no centro de Barcelona, para protestar contra a convocação ao ato de apoio à Constituição em Madri, que os manifestantes consideraram uma rejeição ao projeto de novo Estatuto catalão.

O presidente dos nacionalistas moderados de CiU (Convergência e União), Artur Mas, disse que por trás da manifestação convocada em defesa da Constituição "há um desejo de ir contra o Estatuto da Catalunha".

"Porque fizeram isto este ano, porque não fizeram no ano passado ou há dois ou três anos?" (quando o PP governava), perguntou. "Se este ano montam este ato não é tanto em defesa da Constituição e sim contra o Estatuto".

A direita espanhola alertou para o perigo de uma "Balcanização da Espanha" e de uma modificação velada da Constituição.

Rodríguez Zapatero apóia este projeto, mas prevê que o texto aprovado pelo parlamento catalão deverá ser retocado no Parlamento central para respeitar em todos os pontos a Constituição espanhola.




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