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Projeto Ramalhinho parte para o quarto ano de sucesso humanitário

Com o ex-jogador de vôlei Antonio Carlos Moreno no comando, programa social visa formação de crianças

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
09/09/2013 | 07:00
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Aproximadamente 1.500 crianças do Grande ABC, Região Metropolitana e Capital, entre 10 e 13 anos, atendidas, taxa zero de reprovação no Ensino Fundametal em 2012 em razão do auxílio com aulas de reforço de Português e Matemática e intuito principal de formar cidadãos. Estas características poderiam remeter a um projeto social comum, mas na verdade estão relacionadas com a iniciação de jovens no mundo do futebol a partir do Projeto Ramalhinho.

Iniciado em 2011, começam hoje as peneiras para a quarta temporada do programa, idealizado e coordenado pelo ex-jogador de vôlei da Seleção Brasileira Antonio Carlos Moreno. Com quatro Jogos Olímpicos no currículo, o andreense desenvolve o projeto sem fins competitivos, em busca de orientação e formação.

“Nestes três anos, passaram pelo projeto cerca de 1.500 crianças. Não conseguimos ficar com todas e, depois de uma peneira, ficamos com aproximadamente 100 por ano. Elas têm oportunidade de ficar do começo da temporada até 31 de dezembro. É um projeto social esportivo que procura desenvolver fundamentos básicos do futebol aliados a processos de integração à sociedade”, destacou Moreno. “Tem caráter de formação humana, com trabalhos físicos, técnicos, táticos, emocionais e mentais. A diferença é que não mandamos ninguém embora, como acontece em outros times”, emendou.

Com treinos três vezes por semana (segundas, quartas e sextas-feiras) no Campo do Nacional – Cidade dos Meninos –, no Parque Novo Oratório, os garotos são divididos por idade em dois horários. Nas temporadas 2011 e 2012, disputou o Campeonato Paulista Sub-11 e Sub-13 representando o EC Santo André. Com o fim da parceria com o Ramalhão, porém, o projeto seguiu em frente e mesmo sem disputar grandes competições, permanece requisitado.

“Muitas pessoas se preocupam muito com o resultado. Mas eu, como ex-atleta, técnico, professor e atualmente coaching (no Comitê Olímpico Brasileiro), vejo que no Brasil a cultura do esporte é um pouco míope. Por exemplo: num Mundial de Atletismo a equipe nacional se classifica para a final ‘B’, significa que está entre a nona e 16ª melhor do mundo. Ou então que uma atleta bate o recorde brasileiro, ou sul-americano, e fica em quinta ou sexta.

Se analisar apenas o resultado, que é uma forma tranquila, não é julgamento justo, porque na verdade é um desempenho que nunca teve na vida”, destacou. “Competição é importante, traz amadurecimento e avalia o trabalho do professor. Mas o Projeto Ramalhinho não tem como objetivo o esporte competitivo nessa faixa etária mas, sim, preparar o desenvolvimento das habilidades básicas individuais, para que saiam melhores do que quando chegaram.”

RESULTADOS
Nestes três anos de projeto, Antonio Carlos Moreno conta que quase 20 garotos migraram para grandes clubes como Corinthians, Santos, Portuguesa, São Caetano, São Bernardo, Juventus, Rio Claro, Red Bull e outros. “Era muito comum quando disputávamos o Paulista, após os jogos, os adversários vieram cantar nossos jogadores. Mas temos um princípio ético: ao fim do ano, os primeiros a analisarem os garotos são os técnicos do EC Santo André. A prioridade é deles”, explicou o dirigente.

Orgulho de ser sem fins lucrativos

Com apoio da Prefeitura de Santo André e outros colaboradores, o Projeto Ramalhinho orgulha-se de um fato: ser integralmente gratuito. Amparado ainda pela Lei de Incentivo ao Esporte do governo do Estado, as condições de trabalho foram melhoradas e o coordenador Antonio Carlos Moreno comemora tal status.

“O grande diferencial, que deixamos bem claro, é que não somos escolinha, porque nem todo mundo entra e ninguém paga. É grátis”, explica Moreno. “Nos diferenciamos porque escolhemos os que têm potencial e oferecemos estrutura melhor com objetivo que subam para um segundo degrau. Não temos um olhar que não seja formar essa meninada.”

O processo seletivo para 2014 começa hoje, no Campo do Nacional (Rua América do Sul, 515, Parque Novo Oratório). Os interessados para a categoria sub-11 devem se apresentar às 13h30, enquanto os sub-13, às 15h. A seleção continua às quartas e sextas-feiras, simultaneamente aos treinamentos, nos mesmos horários.

Em 2012, por exemplo, centenas de crianças se inscreveram e o recorde do projeto foi de 500 jovens interessados em fazer a peneira.

EXPANSÃO
A ideia de Moreno é expandir o projeto a outras modalidades, a começar pelo tênis de campo já em 2014, na Associação dos Engenheiros e Arquitetos do ABC (Vila Pires), nos mesmos moldes do programa voltado ao futebol, mas com faixa etária mais ampla, dos 8 aos 15 anos. 




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