O custo dos alimentos in natura como legumes, verduras e frutas aliado à larga oferta de álcool combustível reduziram a inflação ao consumidor em maio. O IPC-USCS (Índice de Preços ao Consumidor - Universidade Municipal de São Caetano do Sul) encerrou o mês em 0,45%, recuo de 21 pontos percentuais em relação ao indicador de abril.

"O crescimento do índice foi menor em maio principalmente pelos preços das verduras, que tiveram redução de 10,75% - puxado pelo alface (-15,6%), frutas (-7,13%), principalmente o abacaxi (-10%) e legumes (-5,2%)", informou Lúcio Flávio Dantas, assistente de coordenação do IPC-USCS.

Segundo Dantas, isso não significa que o consumidor pagou mais barato pelos produtos, pois seus custos estavam muito elevados e agora estão se estabilizando. No entanto, o preço da carne bovina e do leite está aumentando, o que pode mudar o quadro da inflação em junho.

O álcool apresentou retração de 2,83% em seu preço. "Por conta da queda nas exportações, o produtor precisou desovar uma maior quantidade de combustível para equilibrar seu estoque", explicou o assistente. A gasolina, devido à concorrência nos postos revendedores, também teve diminuição de 0,52% em seu custo.

Outro fator que contribuiu para o não crescimento do IPC foi o grupo das despesas pessoais que, no mês passado, influenciou positivamente o indicador em virtude da alta do preço do fumo. "Como a elevação do custo foi pontual, já que os produtos são tabelados, a tendência agora é que esse aumento seja absorvido". O setor registrou 1,95%, ante 2,35% de abril.

Quanto aos gastos com saúde, o indicador passou de 2,79% para 0,51%, apesar de os medicamentos terem registrado reajuste de quase 6%. O segmento de vestuário subiu 3,12% por conta de roupas femininas (+5,18%) e infantis (10,23%). "E pode aumentar mais se o frio continuar. Outro ponto a se destacar é que, com a entrada da coleção de inverno, os preços tendem a se elevar", finalizou.