O crescimento da ex-senadora Marina Silva (PSB) na disputa pela Presidência da República já cria expectativa em nomes que hoje são figurantes na política do Grande ABC e também pode alterar o status eleitoral de dois ex-prefeituráveis derrotados nas urnas em 2012.

O vereador andreense Almir Cicote (PSB) e o educador Mateus Prado (PSB), de Mauá, são figuras próximas à presidenciável socialista e lidam com possibilidade de guinada na carreira eleitoral.

Cicote é candidato a deputado estadual e desde o início da campanha atrelou sua imagem à da ex-senadora, mas tinha projeções modestas. Com a morte de Eduardo Campos, então presidenciável do PSB, e a inversão da chapa, com a ex-ministra assumindo o projeto, a janela se abre muito mais para Cicote, rosto presente em todas as atividades de Marina na Capital.

“Quero contribuir para ser interlocutor do governo federal com o Grande ABC. Sobre cargos, falaremos depois da eleição”, afirma Cicote, que não descarta estar na disputa eleitoral pela Prefeitura de Santo André em 2016. “Atualmente estou sem diálogo com o governo Carlos Grana (PT) e as coisas podem mudar. Sobre uma candidatura a prefeito, o tempo dirá.”

Candidato a prefeito de Mauá em 2008 pelo Psol, Mateus Prado se empenhou em coletar assinaturas para registro da Rede Sustentabilidade, partido que Marina queria criar, mas barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por falta de rúbricas válidas. Ele chegou a coordenar a Rede no Grande ABC, porém logo deixou o posto.

“O pessoal da Marina é muito pequeno. A ideia é administrar com os melhores do PT, PSDB ou do PMDB”, prevê. Especialista em Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o educador é visto como nome para comandar o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pela elaboração da prova nacional em eventual governo Marina.

GOVERNISTAS
Candidatos a deputado federal, Aidan Ravin (PSB) e Alex Manente (PPS) também vislumbram cenário positivo com a eleição de Marina. Ambos estão na coligação Unidos Pelo Brasil e, se eleitos, estariam na bancada governista de eventual governo socialista, próximos de ministros e com abertura para articulação de projetos pró-Grande ABC. Serviriam para dar sustentação a uma gestão Marina que hoje é incógnita em sua futura relação com o Congresso.

Aidan, entretanto, não pertence ao grupo liderado por Marina Silva. O ex-prefeito de Santo André é próximo do presidente paulista do PSB, Márcio França, e tinha mais trânsito junto a Eduardo Campos. Mesmo caso de Alex, hoje empenhado em reeleger o tucano Geraldo Alckmin governador de São Paulo.