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Consumidor troca carne da ceia de Natal

Embora sejam pratos preparados, geralmente, só uma vez por
ano, consumidores do Grande ABC reclamam dos altos preços

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/12/2012 | 07:02
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Maila Barreto/DGABC


A tradição da farta mesa natalina composta por aves, como peru e chester, e cortes suínos, a exemplo de lombo, leitão, paleta, pernil e tender está deixando o bolso falar mais alto. Embora sejam pratos preparados, geralmente, só uma vez por ano, consumidores reclamam dos altos preços (em torno de 6% mais caros que em 2011) e dos tamanhos grandes das peças. Supermercadistas apontam que tem havido troca no tipo de carne por conta dos preços menores e o furor na busca por itens da época está menor que em outros anos. De fato, as gôndolas dos estabelecimentos ainda dispunham, na tarde de ontem, de larga oferta de produtos.

"Estranhamente este Natal está atípico. O movimento não está tão intenso como em anos anteriores. Isso porque as fabricantes têm inovado na lista de itens", avaliou o gerente da unidade Osvaldo Cruz da rede Joanin, em São Caetano, Alessandro Bueno.

O gerente do Bem Barato Rudge Ramos, em São Bernardo, Roberto Medeiros, concordou. "Não estamos vendo a loucura dos outros anos. A população da região tem optado por passar o Natal na Baixada Santista, o que diminui o movimento."

O gerente da Coop Industrial, em Santo André, Claudinei Oliveira, contou que a distribuição de brindes, como sacolas térmicas, tem sido a aposta para estimular as vendas. Mesmo assim, a saída de suínos é mais intensa que a de aves. "É mais barato", disse o encarregado de perecíveis Adalberto Silva. "Por conta da maior procura por esse tipo de carne durante o ano todo, investimos recentemente em um balcão de suínos", complementou.

MAIS BARATO - Para se ter ideia, o quilo do peru em redes do Grande ABC é vendido, em média, por R$ 12,99 e, o do pernil, por R$ 7,99.

A diferença de R$ 5 acaba pesando na escolha, já que 2012 não foi um ano tão bom quanto 2011 para a geração de emprego - muitos que trabalham nas indústrias perderam suas ocupações ou ficaram na corda bamba e, até novembro, a criação de vagas formais na região, segundo o Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) estava 54,1% menor.

Além disso, no ano passado muita gente passou a ganhar mais e a ter mais acesso ao crédito, o que fez com que o endividamento e a inadimplência disparassem - segundo levantamento da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), 48,9% das famílias têm dívidas e, dados do Banco Central mostram que os calotes chegam a 7,9% delas. Ao que tudo indica, portanto, sobrou menos para compor a ceia de Natal.

A enfermeira Tatiane Papim cogitou levar um pernil desossado e temperado, mais fácil de fazer, mas quando viu o preço, de R$ 19,99 o quilo, mudou de ideia. Entrou na fila do açougue para levar o produto fresco, a R$ 9,99 o quilo.

O fato de as famílias serem menores também influi, pois tem se tornado cada vez mais popular a adesão pelo tender bolinha, que pesa em torno de um quilo e tem preços que variam de R$ 20 a R$ 35. "Mesmo ele sendo mais barato, há um mês estava com preço bem melhor. Pagamos R$ 22 e, hoje, R$ 31", afirmou a aeromoça Elizabete Pereira.

Preços de itens natalinos podem ficar até 30% menores

Os consumidores de última hora podem encontrar itens para a ceia de Natal de 10% a 30% mais baratos nas gôndolas dos supermercados a partir de hoje. Dada a proximidade com a data, as redes baixam os custos para desovar estoques. Na tarde de ontem, alguns produtos, como peru e tender, já tinham seus preços com descontos em torno de 10%.

As frutas e saladas, por outro lado, por serem altamente perecíveis, têm o ápice da procura na véspera e antevéspera do Natal. A expectativa dos supermercados da região é dobrar as vendas na comparação com dias comuns. Por isso mesmo, os preços das frutas tornam-se salgados. "O quilo do pêssego, há alguns dias, estava R$ 3,99, mais ou menos", disse a manicure Neide Marquezoni. Ontem, o item era vendido a R$ 4,99.

PANETONES - Quanto à venda de panetones, o cenário se divide na região. Na Coop Industrial, em Santo André, as unidades haviam se esgotado na tarde de ontem. No Joanin Osvaldo Cruz, em São Caetano, o produto tinha boa saída; hoje, porém, os itens terão redução de preços de 20%. Já no Bem Barato Rudge Ramos, em São Bernardo, havia variedades dos produtos, pois as vendas estavam fracas. Esses itens também vão ganhar descontos para esvaziarem as prateleiras.




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