O secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania de São Bernardo, José Ferreira (PT), voltará à Câmara (é vereador licenciado) nos próximos dias a pedido do prefeito Luiz Marinho (PT). O objetivo é dar musculatura à base de sustentação do governo no debate com o G-13 (grupo dos oito vereadores de oposição, mais os cinco de centro). A missão será cumprida? As opiniões dos colegas que recepcionarão o petista estão divididas.

Se a estratégia do chefe do Executivo em resgatar Zé Ferreira - que deixou o Legislativo em novembro de 2009, após 27 anos ininterruptos de vereança - for apenas engrossar a qualidade das discussões em plenário, as análises são positivas. Assim, a experiência do parlamentar afastado é fator preponderante, pois há conhecimento dos trâmites, da LOM (Lei Orgânica do Município) e do regimento interno, que permite manobras políticas a favor do governo e defesa das propostas do Executivo.

Entretanto, há outra leitura, mais objetiva e conclusiva: com a entrada de Zé Ferreira, a segunda suplente, Fátima Araújo, deixa a Câmara. Numericamente, é troca de um por um. O bloco de sustentação de Marinho tem oito vereadores fiéis: seis do PT e dois do DEM.

O que vale para as votações de projetos é a maioria, que o governo não tem. "Ele é um dos políticos mais experientes da cidade, com sete mandatos no Legislativo. Vai nos ajudar bastante no debate. Agora, precisamos de nova configuração, obter maioria. Isso o governo Marinho está trabalhando e podemos ter novidades, não vai demorar. É questão de tempo", avalia confiante Tião Mateus (PT), sem revelar nomes e prazos para reverter o quadro na Casa.

Tunico Vieira (PMDB), que tem caminhado com a oposição, mas se diz independente, ressalta que a base governista "ganhará reforço" com Zé Ferreira.

O líder da bancada contrária à gestão petista, Ary de Oliveira (PSB), avalia pelo viés quantitativo. "O que ele vai fazer? Se houver alguma mudança não é por conta dele. A questão é de maioria ou minoria."

Antônio Cabrera (PSB), também da oposição, observa que a troca de Fátima Araújo por Zé Ferreira é "seis por meia dúzia", levando-se em conta as condições numéricas. "Ela fez o trabalho dela na Câmara. Não muda muita coisa", frisa, ao salientar que a Prefeitura pode ganhar com a chegada do ex-prefeito Mauricio Soares (PT) à Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania. "É uma área que ele conhece", pontua Cabrera.

Além de Mauricio, quem deve integrar o primeiro escalão é o vice-prefeito, Frank Aguiar (PTB). O petebista entraria no lugar de Leopoldo Nunes, afastado por problemas de saúde.