Economia Titulo Mais um modelo
Corolla Cross traz sobrevida a São Bernardo

Novo modelo da Toyota, que tem versão híbrida, gera produção de mais nove peças no Grande ABC

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
13/03/2021 | 00:06
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Divulgação


O Corolla Cross, lançado nesta semana pela Toyota, traz sobrevida à planta de São Bernardo – que em setembro do ano passado sofreu revés com o anúncio de que a sede e o centro de tecnologia seriam transferidos para Sorocaba (Interior), onde, inclusive, o modelo de SUV é fabricado.

A unidade da região, a mais antiga da marca no País, onde está desde 1962, produz componentes que abastecem as fábricas de Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz, exporta suspensão para a Hilux, feita na Argentina, e virabrequim e viela aos Estados Unidos, para montagem do Camry.

Questionada sobre o impacto na planta são-bernardense, a Toyota informou que já estão sendo confeccionadas 11 peças comuns ao modelo Corolla e nove exclusivas do Corolla Cross. No setor de estamparia de itens para carroceria e suspensão, há 11 comuns com Corolla e quatro do Cross. No de funilaria e pintura, suspensão dianteira e braço suspensão dianteira para o sedã e três para o SUV. Além da usinagem da manga da suspensão dianteira do Corolla e dois do Cross.

Com relação ao volume fabricado, a montadora informou que pretende seguir com a previsão de 56 mil unidades por ano para os mercados interno e externo. Isso ocorre porque o Etios deixou de ser comercializado no Brasil, mas continua sendo produzido para exportação e, portanto, ainda tem peças sendo feitas em São Bernardo.

Sobre o impacto no emprego, a Toyota afirma que não haverá novas contratações. “Adequamos o processo produtivo utilizando ferramentas de TPS (Toyota Production System) para a nova demanda.”

O diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, conta que houve 23 admissões recentemente e, com isso, o quadro de funcionários gira em torno de 1.200 profissionais, pois o setor administrativo ainda não foi transferido para Sorocaba, o que é previsto para o segundo semestre. A linha de produção é composta por cerca de 600 operários.

“Temos tido conversas com a Toyota acerca do futuro da planta, sobre novos investimentos. É certo que a produção de peças do Corolla Cross traz uma sobrevida, mas temos de pensar também na manutenção da fábrica nos próximos cinco a dez anos”, assinala. “No curto prazo temos as peças do Corolla Cross. No médio, precisamos ficar de olho para tentar ampliar a produção de componentes, e, no longo, temos de pensar na possibilidade de mudar o perfil da fábrica, por exemplo, ela pode ser direcionada para a eletrificação de veículos”, sugere.

Damasceno cita que o Corolla foi o primeiro híbrido flex da marca, agora o Corolla Cross também tem essa versão – é o primeiro SUV híbrido feito no Brasil – e, mais para frente, deverão vir o Yaris hatch e sedã também nessa modalidade. “Temos plenas condições de atender a essas demandas e de nos especializar na produção de componentes para veículos híbridos e elétricos. É o futuro do setor.”


SUV é principal aposta para 2021

Apresentado nesta semana, o Corolla Cross é a principal aposta da Toyota para 2021. O utilitário será exportado para 22 países e chega com status de forte concorrente no disputado mercado dos SUVs. Serão quatro versões, duas com motor 2.0 Dynamic Force a combustão e duas híbridas, que, além do propulsor alimentado por gasolina e etanol, traz mais dois elétricos. Os preços variam de R$ 139.990 a R$ 179.990.

O SUV é montado sobre a plataforma TNGA, a mesma do consagrado modelo sedã, e vem equipado em todas as versões com transmissão Direct Shift de dez velocidades.

A Toyota tem planos de vender 3.500 unidades por mês. E uma das armas para desbancar os concorrentes é a tradição do nome. A primeira geração do Corolla (sedã) foi às ruas do Japão em 1966. Se espalhou pelo planeta e hoje está na 12ª, que foi apresentada no Brasil em 2019 e lidera as vendas na categoria.

Itens como ar-condicionado digital, sensor de mudança de faixa e detector de pedestres ou ciclistas estão na gama de equipamentos oferecidos. O freio de estacionamento segue no pedal, mais uma tradição mantida pela Toyota. (Nilton Valentim)
 




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