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Jordânia se prepara para receber visita do Papa
Por Do Diário do Grande ABC
14/03/2000 | 11:22
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Os muçulmanos jordanianos estao trabalhando junto com a pequena comunidade crista da Jordânia, para preparar a esperada visita do Papa, na segunda e terça-feira, durante sua viagem de peregrinaçao à Terra Santa.

Ali Ta'amari, um artesao muçulmano de 20 anos, e seu colega cristao Salem Chammas, 23 anos, trabalham na fabricaçao de um mosaico gigante encomendado pela comunidade de Madaba, para a visita do Papa, com o objetivo de simbolizar os vínculos entre Roma e sua cidade.

Trata-se de uma cópia integral de um mosaico antigo, em que Roma, Constantinopla e Medeba, o nome bíblico de Madaba, sao representadas por rainhas.

Em Ama, o chefe de orquestra muçulmano Sadek Osmán, do Conservatório Nacional de Música, prepara a música que será interpretada para o Papa durante a missa campal de 21 de março, no estádio da capital.

Os 120 cantores cristaos e muçulmanos de um coral ensaiam os cânticos e as cançoes que serao apresentadas durante esta missa, onde, segundo fontes religiosas, se espera a participaçao de mais de 50 mil pessoas.

A Jordânia, com uma populaçao de 4,8 milhoes de habitantes, conta com cerca de 250 mil cristaos, ortodoxos, católicos e protestantes.

Os cristaos da Jordânia estao bem estabelecidos política e socialmente desde a criaçao do reino hachemita, em 1946, onde ocupam cargos importantes no palácio e no governo.

Segundo a lei, pelo menos nove das 80 cadeiras da Câmara dos Deputados, devem ser reservadas a cristaos, enquanto que no senado e no governo, sempre há cristaos entre seus membros.

``A coexistência amistosa e a tolerância que existe aqui se explica também pela natureza de nosso país desértico, onde a hospitalidade e o cavalheirismo sao um velho costume', destacou Rauf Abujaber, presidente da Sociedade Ortodoxa e que pertence a uma das mais importantes tribos do reino.

No entanto, os casamentos intercomunitários continuam muito raros, mesmo com as escolas paroquiais aceitando sem problemas os alunos muçulmanos.

Segundo Abujaber, a visita do Papa à Jordânia é um ``privilégio' que será recebido favoravelmente por todos os cristaos, inclusive os ortodoxos, considerados como cismáticos em relaçao ao Vaticano.

``A peregrinaçao do Papa é um exemplo de um homem enfermo, que, contra a opiniao de seus médicos, decide visitar uma terra longínqua, para transmitir uma mensagem de amor e de amizade', comentou Abujaber.

Enquanto isso, o artesao Ta'amari, terrivelmente ocupado em sua empoeirada oficina, espera participar da delegaçao que oferecerá o mosaico ao Sumo Pontífice. Segundo suas próprias palavras, o mosaico é uma ``criaçao sem igual'.




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