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Sombra de Schumacher dá novo gás para Fórmula 1
Fernando Cappelli
Do Diário do Grande ABC
14/03/2010 | 07:37
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Após temporada atribulada e com diversas mudanças de regulamento, a Fórmula 1 2010 dá largada hoje, com o Grande Prêmio do Bahrein, instigada pelo retorno de um dos maiores ídolos às pistas: o piloto alemão Michael Schumacher, 41 anos e heptacampeão mundial, que volta depois de três anos de aposentadoria para defender a Mercedes e tentar abocanhar o oitavo título.

O veterano vai faturar sete milhões de euros - cerca de R$ 16 milhões - por três anos de contrato e correrá ao lado do compatriota Nico Rosberg. O alemão e o brasileiro Rubens Barrichello são os mais experientes na categoria. Com Schumi, o primeiro grid de 2010 reunirá quatro campeões mundiais. O piloto se junta a Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Jenson Button na corrida inaugural, fato que quebrará o jejum de 11 anos.

Em 1999, pela última vez um quarteto de campeões participou de uma mesma corrida. Além do próprio Schumi, estavam Damon Hill, Jacques Villeneuve e Mika Hakkinen.

CARAS NOVAS
A pré-temporada de 2010 foi marcada pela incerteza em razão das três equipes que estreiam. Escolhidas pela FIA em concorrência no ano passado, Virgin, Lotus e Hispania debutam com orçamentos modestos e muitas falhas organizacionais. Tanto que o trio deve usar as primeiras etapas da competição como laboratório para acertar os carros.

A Hispania (ex-Campos), inclusive, conseguiu se reerguer após a aquisição pelo empresário José Ramón Carabante. Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, será um dos pilotos. A Virgin também terá brasileiro: Lucas di Grassi.

COMEÇO OTIMISTA
Após o bom desempenho nos testes de pré-temporada, Felipe Massa acredita que a Ferrari pode ter seu melhor início nos últimos anos. A escuderia andou entre os ponteiros nas atividades de pista em fevereiro, além de manter o carro confiável durante os testes.

"Podemos ter um começo melhor não apenas que o do último ano, que não foi tão bom, mas também dos anos em que disputamos títulos. Estamos em ótimas condições, com um carro confiável. É bom conseguir marcar pontos desde agora", afirmou Massa.

 

Pontuação sofre mudança após sete anos

O diferencial para a temporada 2010 da Fórmula 1 fica por conta do sistema de pontuação, totalmente repaginado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) após sete anos: os dez primeiros colocados de cada corrida pontuam (até então apenas os oito melhores somavam), medida necessária, segundo a entidade, por causa do grid de 24 carros da temporada atual. A pontuação em si também muda, com os três primeiros ganhando 25, 20 e 15 pontos, respectivamente.

Desde 2003, época em que a categoria era dominada por Schumacher, o regulamento passou a distribuir pontos (10, 8, 6, 5, 4, 3, 2 e 1) para os oito primeiros, respectivamente. Agora, a proposta aprovada pelo Conselho Mundial de Esporte a Motor altera para o formato para 25, 20, 15, 10, 8, 6, 5, 3, 2 e 1.

A FIA também explica que isso não significa a valorização da vitória, uma vez que a diferença entre o primeiro e o segundo colocados continua em 20%. Entretanto, a mudança prioriza sensivelmente o pódio, já que os três primeiros vão ganhar mais em relação aos demais. Antes, um piloto que cruzasse a linha de chegada em quarto recebia 50% do total de pontos distribuídos. Agora, terá somente 40%.


Fim do reabastecimento é principal modificação técnica


Presente na Fórmula 1 desde 1994, o reabastecimento foi banido pela FIA neste ano, e os pit stops voltarão a servir apenas para troca de pneus. Todos terão de largar com o tanque cheio, o que coloca ponto final nas estratégias de combustível.

Por causa do fim do reabastecimento, o tanque dos carros precisou ter sua capacidade mais do que dobrada: de 120 para 250 litros, em média. Por isso, os projetistas passaram a trabalhar com aumento de cerca de 15 centímetros na distância entre-eixos. O peso mínimo dos bólidos (sem combustível) foi aumentado de 605 kg para 620 kg, e o tanque de combustível também irá aumentar, dependendo do consumo de cada motor.

Outra alteração ocorreu na largura dos pneus dianteiros, agora reduzida de 270 milímetros para 245. A intenção foi equilibrar a aderência dos carros entre seus dois eixos. As calotas aerodinâmicas, presentes também há alguns anos, acabaram banidas para diminuir a turbulência nas pistas. O Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers, em inglês), que reaproveita a energia dispensada nas frenagens e oferece ganho de potência, continua permitido, mas não será usado neste ano. A FOTA (Associação das Equipes) chegou a acordo e todos os times concordaram em não usar o aparelho na temporada.

 

Ansioso pela estreia, Senna se diz acostumado às pressões


Até a semana passada, o estreante Bruno Senna não tinha ideia se iria ao Bahrein para o primeiro grande prêmio da temporada.

Com a indefinição em relação a equipe Hispania, o brasileiro teve passagem marcada em cima da hora e, com a participação na prova enfim confirmada, pôde respirar aliviado. Quando estiver na pista, será o momento de esquecer os altos e baixos de um longo inverno europeu.

"É o sonho que vira realidade. Tem sido difícil desde o fim de 2008, com coisas que parecem que vão acontecer e não se concretizam. Só soubemos em cima da hora que iríamos para o Bahrein. As passagens foram confirmadas nos últimos minutos. Sempre tive grande peso nas costas, foi assim desde o início", afirmou o piloto.

Senna bateu na trave da Fórmula 1 no fim de 2008, quando quase assinou com a Honda. Mas a Brawn GP assumiu a equipe e preferiu contar com a experiência de Rubens Barrichello ao lado de Jenson Button, que acabaria campeão. Agora, com a indefinição da Hispania, Bruno pensou que a decepção poderia se repetir.

"Definitivamente minhas expectativas estavam muito baixas antes. Mas todos da escuderia fizeram ótimo trabalho, quase 24 horas por dia para aprontar o carro. Creio que ainda falta muito, mas me mantenho otimista", explicou. FC
Com a camisa 120, Raul sai do banco e faz golaço

A goleada do São Bernardo por 4 a 1 diante do Guaratinguetá teve personagem especial. O atacante Raul, que completou 120 jogos com a camisa do Tigre na vitória por 3 a 2 contra o Marília, no dia 27, pela 12ª rodada, usou ontem a camisa com o número 120 em alusão ao recorde - é o jogador que mais vezes atuou pelo clube desde a fundação, em 20 de dezembro de 2004.

Para coroar a partida festiva, Raul entrou aos 13 minutos do segundo tempo no lugar de Dewide e em seu primeiro lance fez golaço, o segundo do São Bernardo.

"Acho que foi o momento mais maravilhoso da minha carreira, principalmente porque foi um gol decisivo, já que tínhamos sofrido o empate", comemorou a estrela do confronto.




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