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GCM de Mauá atua com coletes vencidos desde 2016

Equipamentos de proteção obrigatória não têm data para serem entregues à corporação

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
17/03/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Profissionais da GCM (Guarda Civil Municipal) de Mauá atuam com coletes à prova de balas vencidos desde 2016. Embora haja licitação para a compra dos equipamentos de proteção obrigatória em andamento, a administração aguarda autorização do Exército para a efetivação da compra dos itens. Enquanto isso, o uso do colete vem sendo facultativo entre os trabalhadores da Segurança municipal. Na tarde de ontem, a equipe do Diário flagrou grupo de seis agentes sem o equipamento.

A Prefeitura abriu processo licitatório para a aquisição dos itens em setembro do ano passado. No mês de dezembro, houve a homologação do certame, pelo valor global, a favor da empresa Inbraterrestre Indústria e Comércio de Materiais de Segurança Ltda, perfazendo a quantia de R$ 231,6 mil.

Para que os produtos sejam efetivamente comprados, é necessária liberação do Exército. A equipe do Diário tentou contato com o órgão federal e também com a administração municipal para comentar sobre o andamento da aquisição, bem como previsão de entrega dos equipamentos, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

“Os que você vê que estão com colete, é tudo vencido”, fala um GCM, que preferiu não se identificar e que não utiliza o equipamento “vai fazer um ano”.

Na semana passada, a Prefeitura realizou a entrega de novo fardamento à GCM, composto por bota, camisa, cobertura, calça e jaqueta. Sobre o colete antibalístico, profissional ouvido pelo Diário revelou que a informação é que a compra depende de liberação do Exército. O agente acredita que a situação será resolvida até 1º de abril. “Mandaram usar a farda nova a partir do dia 1º. Creio que já teremos os coletes, se não poderíamos usar o novo uniforme agora.”

Outro GCM ouvido, entretanto, não se mostra tão otimista. “Dizem que (os coletes) vão chegar em junho, pois parece que o Exército ainda nem liberou a compra”, comenta.
De acordo com ele, a corporação é composta por cerca de 220 trabalhadores.

Em março do ano passado, reportagem do Diário mostrou que a situação já era motivo de insatisfação dos profissionais. Naquela ocasião, a Prefeitura admitiu a existência do problema, informando que o número oficial de coletes balísticos vencidos em 2016 era de 157 unidades.

Ainda à época, o atual governo de Atila Jacomussi (PSB) responsabilizou a gestão anterior, comandada por Donisete Braga (PT), por não ter realizado processo licitatório para a compra de coletes e fardas dentro do tempo necessário.

PROTEÇÃO

Conforme o especialista em Segurança pública e ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, um colete à prova de balas vencido pode não dar a proteção adequada ao profissional. “É provável que a trama de fibras vá enfraquecendo e perdendo a resistência de contenção de impacto. Não é o caso de deixar de usar, mesmo com possível limitações, pois oferece mais proteção”, salienta. “Precisa haver controle naquilo que está para vencer, para preparar com antecedência a licitação. Isso é falha aguda da administração”, conclui.  




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