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Restrição na Capital faz sentir na região
Por André Vieira
Do Diário do Grande ABC
10/10/2010 | 07:07
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A restrição para o tráfego de caminhões nas ruas de São Paulo está fazendo do Grande ABC uma das alternativas para os motoristas agora impedidos de rodar na Capital.

As prefeituras ainda estão estudando o impacto que as mudanças estão provocando no tráfego, mas admitem que o número de veículos pesados está crescendo.

O estabelecimento de horários para o tráfego na Capital foi ampliado em agosto, em locais como a Marginal Pinheiros e Avenida dos Bandeirantes. Em setembro foram incluídas mais 10 vias na região do Morumbi.

Nos locais determinados, exceto nos feriados, a passagem de veículos pesados é proibida de segunda a sexta-feira, das 5h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h.

Apenas caminhões com até 6,3 metros de comprimento e alguns ramos de atividade estão livres. A multa por descumprimento é R$ 85,12 e rende quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

A política adotada pela Prefeitura de São Paulo aponta o Trecho Sul do Rodoanel como alternativa, o que tem deslocado mais veículos para o Grande ABC.

A restrição também está trazendo mais motoristas para os centros das cidades da região, como os que agora acessam as vias Anchieta e Imigrantes direto de São Bernardo ou Diadema.

Especialista em transportes, o professor doutor pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) João Virgilio Merighi entende como natural a utilização da região como atalho.

"Vão surgir rotas de caminhões que passarão pelo Grande ABC. O problema é que muitas destas ruas podem não ter condições de receber o tráfego de veículos pesados", ponderou.

O professor defende o pacote de restrições. Evitar que a população da região se prejudique, exige, na opinião de Merighi, articulação.

"Está na hora do Grande ABC entender que está na maior Região Metropolitana do País e não pode só observar as mudanças sem se integrar com a Prefeitura de São Paulo", afirmou.


Caminhões podem ser vetados em corredor de ligação

Passando por Mauá, a abertura da extensão da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste da Capital, pode provocar ainda mais mudanças.

Após a inauguração da via, que vai ligar o Trecho Sul do Rodoanel com as rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna, a Prefeitura de São Paulo planeja estender a restrição aos caminhões.

Entre os locais que podem ter nova regulamentação está o trecho da Capital da Avenida do Estado.

Como a via se prolonga até o Grande ABC, cruzando três municípios, e é uma das principais ligações da região, os impactos deverão ser maiores.

 
Maior volume ainda não gera engarrafamento

As Prefeituras do Grande ABC advertem para o crescimento do tráfego de caminhões, mas sinalizam que a demanda não tem provocado congestionamentos.

Em Santo André, o aumento de caminhões - veículos de grande e médio porte - foi verificado no intervalo entre 9h e 18h.

Em São Bernardo, a abertura do Rodoanel, em 1° abril, já havia provocado alteração no trânsito da cidade, transferindo mais caminhões para o sentido Litoral da Anchieta, que dá acesso ao Trecho Sul.

O início das restrições na Capital, segundo a Prefeitura, também redistribuiu o movimento de caminhões, "não havendo até o presente momento nível crítico de comprometimento."

Em Diadema, a administração está monitorando os acessos, pois tem percebido maior volume de veículos pesados, sobretudo nos horários de pico.

Caminhões que antes rodavam pela Avenida dos Bandeirantes, por exemplo, podem agora seguir pela Avenida Cupecê, e atravessar o perímetro urbano do município para chegar à Imigrantes.

Em Mauá, a Prefeitura ainda está avaliando o impacto na cidade, que poderá sofrer mais interferência com a abertura da extensão da Avenida Jacu-Pêssego.

Havendo necessidade, a administração não descarta colocar em prática plano de restrição de caminhões na área central. O modelo ainda deverá ser formatado.

A Prefeitura de São Caetano informou ter percebido alteração no trânsito após a restrição de caminhões na Capital, mas que esse "número é irrelevante."




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