O investimento das prefeituras para iluminação pública chegará a R$ 87,8 milhões neste ano. O valor é 45,4% maior do que os R$ 60,4 milhões aplicados no ano passado. Os dados são referentes a Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá. As administrações municipais pretendem aumentar o número de lâmpadas trocadas e levar o serviço a locais que ainda estão no escuro.

Desde janeiro, as prefeituras de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra passaram a ter responsabilidade pelo serviço, que antes ficava a cargo da concessionária AES Eletropaulo. Além de maior conforto para os munícipes, a melhoria da iluminação ajuda a inibir a atividade criminosa.

Santo André, cidade com 53 mil pontos luminosos, teve em 2014 o investimento de R$ 33 milhões, montante que chegará a R$ 42 milhões neste ano. Segundo o secretário adjunto de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Ricardo Kondratovich, o aumento se dá em virtude do crescimento do programa Banho de Luz, iniciado na metade do ano passado. Com essa ação, áreas que não eram iluminadas passaram a ter energia nas ruas.

“Em fevereiro, iniciaremos a modernização de 2.000 luminárias com mais de 30 anos no 2º subdistrito, que abrange bairros como Camilópolis, Jardim Santo Antônio e Vila Metalúrgica. No segundo semestre, a expansão deverá ser na Vila Assunção e Jardim Bela Vista, também com 2.000 pontos.”

Nas principais avenidas, está programada a troca de lâmpadas de vapor de sódio (que têm vida útil de até 15 meses) pelas do tipo LED (que duram dez anos e são mais econômicas). Estão inclusas no projeto vias como Prestes Maia, Firestone e Perimetral. A tecnologia também será implementada no Parque Antônio Flaquer (Ipiranguinha). Ontem, após denúncia do Diário, a Prefeitura apagou as luzes que estavam acesas durante o dia no entorno do Paço Municipal.

Em São Bernardo, o investimento terá crescimento de 180,4%, saltando de R$ 9,7 milhões para R$ 27,2 milhões. A cidade possui cerca de 45 mil pontos luminosos e pretende atingir a cobertura de 100% do território.

Já em São Caetano, a principal mudança se dá na prestadora do serviço. A Prefeitura substituiu nesta semana a concessionária Citeluz pela Brasiluz Eletrificação e Eletrônica. O gasto da administração saltará de R$ 1,5 milhão para R$ 1,6 milhão.

A Prefeitura de Diadema, que passou a cuidar dos 20 mil pontos de iluminação em 2012, elevará o investimento em 19%, chegando a R$ 5 milhões em 2015. O principal projeto é a substituição de luminárias em toda a extensão do Corredor ABD de ônibus (Jabaquara/Brooklin/São Mateus). Em 2014, 250 foram trocadas, restando 550.

Também em 2012, Mauá passou a responder pela iluminação pública da cidade. A Prefeitura investe R$ 12 milhões anualmente. Entre 2013 e 2014 foram criados quase 6.000 pontos de luz, que, junto aos já existentes, somam 24 mil. Nesse mesmo período, mais de 11 mil foram revitalizados.

Ribeirão Pires, que assumiu o serviço neste ano, aplicará R$ 3 milhões à AES Eletropaulo pelo fornecimento de energia e outros R$ 3 milhões para custear a concessionária que fará o atendimento à população. O município possui 14,2 mil pontos de iluminação pública. Rio Grande da Serra não forneceu as informações.

Luz na rua inibe ação criminosa, avalia comandante da Polícia Militar

A comandante da PM (Polícia Militar) no Grande ABC, coronel Claúdia Rigon, destaca que a iluminação pública faz parte da prevenção primária de segurança. “O criminoso vai tentar agir em locais escuros, para que a identificação dele seja dificultada”, avalia.

Casos em que a corporação constata risco provocado pela falta de luz constam do Raia (Relatório de Averiguação de Incidentes Administrativos), desenvolvido pela PM repassado às administrações municipais. “Identificamos os pontos de vulnerabilidade e encaminhamos às prefeituras para que tomem providências.”

Mesmo com todo o investimento feito, algumas vias ainda têm problemas com a iluminação. É o caso da Rua Alfredo Figlia, no Jardim Itapeva, em Mauá, onde, segundo a faturista Patricia de Araújo Rodrigues, 22 anos, o serviço apresenta intermitência. “Uns postes funcionam com as lâmpadas muito fracas, outros nem isso. Por esse motivo, muitos assaltos são cometidos por aqui”, relata.

O jornalista Gilson Cascardi, 34, afirma que a Rua Eduardo Valeriano Nardelli, onde mora, no bairro Ouro Fino Paulista, em Ribeirão Pires, estava sem iluminação desde domingo, problema que não havia sido consertado até a noite de ontem. “Essa é uma importante via que liga o Centro de Ouro Fino ao bairro Soma”, ressalta.