Política Titulo Câmaras
Polêmicas e falta de compromisso
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
04/01/2015 | 07:00
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As gestões dos presidentes das Câmaras do Grande ABC que começaram em janeiro de 2013 e se encerraram no ano passado colecionaram polêmicas e promessas não cumpridas. Nos sete municípios, apesar de alguns avanços, nenhum dos chefes de Legislativo conseguiu articular candidatura à reeleição e entregou o cargo a outros vereadores com promessas reeditadas.

Eleito presidente em Santo André à revelia do prefeito Carlos Grana (PT), Donizeti Pereira (PV) não conseguiu honrar o compromisso de se debruçar para tirar do papel as reformas administrativa e estrutural. Cumpriu apenas o empenho de evitar a ampliação do número atual de 21 cadeiras na Casa. Entregou a administração ao vereador Bispo Ronaldo (PRB) com a renovação da frota de veículos a serviço dos parlamentares como principal serviço prestado.

À frente da Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT) cumpriu apenas uma das principais promessas: aprovar a Lei da Ficha Limpa. O projeto vale para a todo setor público da cidade, porém, o petista fez alterações na proposta original para evitar que secretários do Paço fossem prejudicados. Implantar Código de Ética, promover concurso público e dar celeridade às votações no plenário foram os compromissos não honrados pelo ex-presidente da Casa.

Mandatário do Legislativo de São Caetano, Sidão da Padaria (PSB) ratificou apenas o compromisso acertado com o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), a portas fechadas, de acabar com a possibilidade de reeleição interna. Em discurso no Teatro Paulo Machado de Carvalho, ao lado do chefe do Executivo, o socialista afirmou que economizaria 30% da receita total no primeiro ano e salvou apenas 9,47%. Além disso, garantiu que os vereadores teriam canal aberto de diálogo com direção do Legislativo e deixou o cargo acusado de impor decisões, não dialogar e fechar as portas do próprio gabinete.

Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), faturou a presidência da Câmara de Diadema com prerrogativas de acertar TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) junto ao Ministério Público para equilibrar o número de funcionários comissionados com concursados. O debate não avançou e o petista responde judicialmente pelo caso. A administração passada tentou mudar a sede atual do Legislativo, que é considera não funcional, mas não conseguiu avançar. Ponto positivo da gestão Maninho foi o impedimento do pagamento de jetons e manutenção de férias total de 45 dias no ano, ante a discussão que pretendia elevar o descanso para 60 dias.

Em Mauá, Paulo Suares (PT) assumiu o Legislativo e conseguiu cumprir a missão de evitar desordem financeira ocorridas em outras administrações. Enfrentou investigação do MP, que constatou existência de funcionários fantasmas. Por imposição da instituição, implantou controle eletrônico da entrada e saída de funcionários e criou protocolo para registrar serviços externos e evitar dribles de servidores. As medidas passaram a ser obrigatórias aos próximos presidentes, já que estão previstas em leis sancionadas pelo petista na entrega do cargo a Marcelo Oliveira (PT).

Na chefia da Câmara de Ribeirão Pires, Edson Savietto, o Banha (PDT), efetuou compra de oito carros para a frota da Casa, porém, não conseguiu viabilizar a regulamentação do uso e os veículos ficaram parados por mais de um mês.

Em Rio Grande da Serra, Edvaldo Guerra (PV) assumiu o Legislativo e vislumbrou, com aval do prefeito Gabriel Maranhão (PSDB), construção de sede própria, mas não decolou. Também tentou acrescentar salários dos vereadores, debate esse que foi engavetado. 




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