Cultura & Lazer Titulo Teatro
De olho no passado

Evento do Sesc Santo André, ABCena traz para o palco,
a partir desta terça, o passado da arte no Grande ABC

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
15/06/2010 | 07:02
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É hoje que o ABCena, evento do Sesc Santo André, de memória e discussão da produção regional de teatro, traz para o palco o passado da arte no Grande ABC.

São dois eventos. O primeiro, do grupo Regina Pacis, de São Bernardo, com a performance À Beira do Palco, narrativa cênica que une trechos literários e teatrais, contará sobre as emoções vividas pelo artista no teatro. Desde estar à boca da cena, prestes a mergulhar no personagem, até sustentá-lo no momento anterior aos aplausos finais.

O Regina Pacis é o grupo mais antigo da região, existe desde 1962. Hilda Breda, que concebeu À Beira do Palco, está no grupo há 44 anos.

Em seguida, o pesquisador José Armando Pereira da Silva e a jornalista Paula Venâncio sobem ao palco para o bate-papo ‘Teatro no ABC: Uma Memória'.

"O que temos hoje é reflexo de uma série de acontecimentos. Você entender como o teatro, no passado, foi determinante para a criação de uma identidade da região, faz com que você possa refletir sobre a produção contemporânea", conta Paula.

Muitos debates entram à tona. A busca maior é de identificação do teatro regional. Ele é mesmo diferente? Diferente do quê? Por quê?

BREVE RESUMO
Paula, que pesquisa teatro desde 2003 pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), traz uma lista de histórias para exemplificar as diferenças, principalmente com relação ao teatro da Capital.

"No primeiro momento, se via uma forte presença de núcleos familiares criando teatro. Os filhos deles, em seguida, foram em busca de uma profissionalização. Nesse momento, surge a Fundação das Artes, em São Caetano, e muita gente cria com a Heleni Guariba, no GTC (Grupo de Teatro da Cidade). Em seguida, no período da ditadura, esses artistas encontram no operário uma nova possibilidade de criação."

De lá, um pulo para a década de 1990, e a criação de grupos como a Cia do Nó e o surgimento da Escola Livre de Teatro, de Santo André, que estão na ativa até agora.

Diferente, a maioria diz que é. Mas não é menor. "Não há motivo de existir comparação entre o teatro regional e o de São Paulo. O que houve lá é que eles tiveram um movimento artístico que foi marcado e é lembrado. Aqui, o que falta é enxergar nossa história e entender qual é nossa realidade. A memória é um instrumento de poder. Através da reflexão do passado é que se pode arquitetar os projetos do futuro", diz Paula.

Programe-se

À Beira do Palco
Performance com o Grupo Regina Pacis, de São Bernardo
Hoje, às 19h30 - Grátis
No Sesc Santo André - Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4435-1200

Teatro no ABC: Uma História
Bate-papo com o pesquisador José Armando de Arruda Pereira e a jornalista Paula Venâncio
Hoje, às 20h - Grátis
No Sesc Santo André

Amada, Mais Conhecida como Mulher e Também Chamada de Maria
Leitura dramática feita pela atriz Rosi Campos
Amanhã, às 20h - Grátis
No Sesc Santo André

Estéticas e Encenações
Bate-papo com os diretores Ednaldo Freire e Antônio Rogério Toscano
Quinta-feira, às 20h - Grátis
No Sesc São Caetano - Rua Piauí, 554. Tel.: 4223-8803




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