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Mulher vive há 1 ano em cima de banca de jornal
Guilherme Monfardini
Especial para o Diário
28/03/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Marinês Pereira, 56 anos, paga aluguel mensal de R$ 60 pelo cômodo onde vive há um ano, em Santo André. Ela seria apenas mais uma moradora da cidade sem casa própria não fosse o fato de que o barraco de madeira onde vive foi construído em cima de uma banca de jornal desativada, no cruzamento da Rua das Figueiras com a Avenida José Antônio de Almeida Amazonas, no bairro Jardim.

Para pagar o ‘aluguel' cobrado pelo proprietário da banca, Marinês distribui panfletos de empreendimentos imobiliários no semáforo onde vive aos fins de semana. Ganha R$ 30 por dia trabalhado. Não consegue emprego fixo porque tem um problema na perna que a obriga a andar apoiada em uma bengala.

Antes, Marinês trabalhava em frente ao PA (Pronto Atendimento) Central como vendedora ambulante de doces e artesanato. "Um dia os fiscais da Prefeitura apareceram e disseram que eu não podia continuar lá." Como não tinha para onde ir, foi levada a abrigo municipal, mas não quis ficar e encontrou como única opção de moradia a parte de cima da banca de jornal.

Ela lembra que, quando chegou ali, o lugar era sujo e abandonado. "Tomei conta de tudo. No começo, tive ajuda de um partido político para construir e pintar a minha casinha. Agora sou eu quem mantenho tudo organizado, do meu jeitinho."

RICA

Apesar da moradia precária, Marinês disse que hoje vive bem. "Sou rica não de dinheiro, que não tenho nenhum centavo, mas de alegria. Quando cheguei aqui, estava tudo feio. Hoje, é só passar perto da minha casa para ver que bonito que está", orgulha-se.

No barraco improvisado não há água encanada nem energia elétrica. Um colchão e algumas peças de roupa são tudo o que ela tem. Para lavá-las, Marinês pega água no PA Central e faz o serviço à mão, do jeito que dá. Já para comer, vai a restaurantes populares.

Além de Marinês, também mora no local um homem identificado apenas como Ademir, 51. Ele afirma ter ajudado Marinês quando ela ficou doente e, por isso, ganhou um teto. "É o lugar que temos para viver."

O proprietário da banca foi procurado pela equipe do Diário por telefone, mas não atendeu às ligações.

A Prefeitura de Santo André informou que profissionais da assistência social irão até o local onde o casal está morando para verificar o que está acontecendo e oferecer ajuda para que possam sair dali.




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