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Marcha da maconha causa protestos

Vereador promete organizar movimento contra realização da manifestação

Cadu Proieti
do Diário do Grande ABC
23/03/2013 | 07:00
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O vereador de São Caetano Fabio Palacio (PR) irá iniciar movimento contra a realização da marcha da maconha na cidade. A intenção do parlamentar é reunir a sociedade civil organizada para impedir que o ato aconteça no município. O evento está marcado para o dia 9 de junho. Na semana passada, durante sessão na Câmara, ele manifestou repúdio à manifestação que visa abrir diálogo sobre a descriminalização da droga.

"Em defesa da família e tudo aquilo que entendemos por bem, como o trabalho antidrogas feito pela Prefeitura, acreditamos que o consumo da maconha, considerada pelos órgãos de Saúde de efeito mais leve, é a porta de entrada para outras drogas. Então, temos a intenção de tentar barrar a realização do evento aqui na cidade", disse o parlamentar.

Palacio afirmou que, por enquanto, não há previsão de realizar passeata contra o movimento pela liberação da erva. "Inicialmente, não temos essa intenção. Vamos reunir toda sociedade civil organizada, entidades prestadoras de serviço e poder público, para que haja ampla discussão sobre o tema e, dessa forma, a marcha não aconteça."

O grupo que está organizando o evento na cidade não se intimidou com as declarações do vereador. "Vivemos numa democracia na qual a livre expressão impera. Outros políticos tentaram barrar o movimento, mas não conseguiram. Se o vereador é contra a legalização, que faça uma marcha contra isso. Se organizar para sufocar o movimento na marra só demonstra o autoritarismo de alguns setores da sociedade", informou a organização do ato.

A garantia que os ativistas possuem para realizar o evento em São Caetano é que, em junho de 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) assegurou o direito de cidadãos realizarem manifestações pela descriminalização e legalização de drogas em todo o País.

Apesar desse fator a favor dos manifestantes, Palacio disse que vai procurar o grupo para evitar que a manifestação seja feita no município. "Ainda não consegui falar com essas pessoas, mas, caso haja a possibilidade, queremos dialogar com eles também", garantiu.

O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) declarou que aceita liberdade de expressão, mas não libera apologia ao vício na cidade.

Ato em Diadema reuniu cerca de 80 pessoas no ano passado

A marcha da maconha realizada em maio do ano passado em Diadema reuniu somente cerca de 80 pessoas. A baixa adesão ao movimento frustrou os organizadores da manifestação, que aguardavam ao menos 1.000 ativistas no evento a favor da descriminalização da droga.

Na ocasião, os manifestantes culparam a tentativa da Prefeitura de proibir a marcha como o principal motivo para o baixo número de adeptos.

Utilizando cartazes, faixas, bandeiras e um megafone, o grupo percorreu as avenidas Alda, Santa Maria e São José, além das ruas São Judas Tadeu e Izaurino Lopes da Silva, na região central da cidade. O ato durou aproximadamente uma hora, com a volta dos participantes ao ponto de partida. Cerca de 100 policiais militares e 44 GCMs (guardas-civis municipais) escoltaram o ato.

A realização da marcha em Diadema gerou muita polêmica. Em fevereiro, a diretoria de eventos da Prefeitura assinou documento que atendia a solicitação do grupo em utilizar a Praça da Moça como palco da mobilização.

No entanto, após pedido da Polícia Militar, em março, a administração municipal comunicou os organizadores que não iria autorizar o uso de solo do município. O caso foi parar na Justiça e o juiz André Mattos Soares cassou a proibição do Executivo à realização do evento.




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