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Estado vai apurar atuação da Ecovias em acidente

Governador vistoria Imigrantes e promete rigor na investigação

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
24/02/2013 | 07:00
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O governador do Estado, Geraldo Alckmin, destacou que os fatos relacionados ao deslizamento de terra no km 52 da pista Norte da Rodovia dos Imigrantes, no fim da tarde de sexta-feira, serão apurados rigorosamente. Parte da encosta do trecho de serra cedeu devido ao grande volume de água, vitimou fatalmente uma mulher de 43 anos e atingiu 24 veículos.

Após sobrevoo da área, Alckmin garantiu que a rodovia, inaugurada na década de 1970, só será reaberta com a certeza de segurança para os usuários. Equipes do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) e Ecovias, concessionária responsável pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, vistoriaram a área afetada, túneis, demais pontos de deslizamentos e até a parte de mata do Parque Estadual da Serra do Mar.

A remoção dos veículos foi concluída na manhã de ontem e a limpeza e desobstrução da pista seguiu até a noite. Por volta das 19h, haviam sido removidos 2.700 metros cúbicos de terra, o equivalente a 270 viagens de caminhão. Até o fechamento desta edição, a Ecovias não tinha previsão para liberar a pista.

A Secretaria Estadual de Logística e Transportes e a Artesp ficarão responsáveis por apurar a atuação da Ecovias em relação ao plano de contingência, trabalho de prevenção e fornecimento de informações aos usuários do sistema. "Até agora não há indícios de falha por parte da concessionária, mas em caso de descumprimento de contrato está previsto desde multa até perda da concessão", explica o secretário Estadual de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho. O secretário ressaltou que todas as vítimas serão indenizadas.

Para o diretor-superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga, a explicação para o problema está no volume de chuva. "Tivemos precipitação de 183 mm das 7h às 19h, sendo que em 10 minutos (período próximo das 17h), choveu 23 mm em uma área concentrada, o que equivale à média de um dia", destaca.

Segundo Cassaniga, a Ecovias teve dificuldade de acessar e mesmo monitorar o local após a ocorrência, tendo em vista que a enxurrada levou as câmeras de segurança e alguns veículos ficaram represados na pista.

Em relação ao plano de contingência, Cassaniga não descarta necessidade de reavaliação ou remodelação. "É muito difícil prever esse volume de precipitação concentrado num só ponto. A Imigrantes ascendente tem cerca de 35 anos e nunca ocorreu um evento como esse", garante.

De acordo com o secretário de Logística e Transportes, entre as medidas de segurança que podem ser realizadas no túnel atingido, caso vistoria técnica confirme a necessidade, é o desvio da água das encostas diretamente para o rio. "A enxurrada atingiu velocidade média de 50 quilômetros por hora e provavelmente foi por isso que a barreira estourou", prevê.

A única vítima fatal foi Lílian Aparecida de Souza, 43 anos e moradora da Capital. Conforme o coronel da Polícia Rodoviária, Newton Michelazzo, ela teria saído do carro, no qual viajava com mais duas amigas, foi atingida no peito por um tronco que despencou na enxurrada e arrastada para debaixo de um carro.

Deputado cobra explicações de concessionária

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) pretende convocar representantes da Artesp e Ecovias para prestar esclarecimentos sobre o acidente na Assembleia Legislativa. O parlamentar, membro da comissão de transportes, acredita que a ação permitirá que tragédias sejam evitadas.

Entre os questionamentos a serem feitos, o principal será a respeito da possibilidade de a concessionária ter fechado a pista após saber da previsão de alto índice de chuva. "Tomamos a mesma medida quando aconteceu aquele megaengavetamento na pista Norte da Imigrantes, o que resultou na Operação Comboio implantada na subida", destaca.

MAIS PROBLEMAS

Além dos transtornos observados no Sistema Anchieta-Imigrantes, a região litorânea do Estado registrou a morte de uma menina de 11 anos, em São Sebastião, e cerca de 120 famílias foram desalojadas.

O corpo da criança foi encontrado em Boiçucanga na manhã de ontem. A família mora em área de risco e foi atingida após cheia do rio Itu.

Em Cubatão, no bairro de Água Fria, cerca de 110 famílias estão sem casa após o nível do Rio dos Pilões ter subido. Também há registro de desalojados em São Sebastião.




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