Setecidades Titulo Contaminadas
Região tem 231 áreas contaminadas
Por Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
28/06/2008 | 07:05
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O total de áreas contaminadas na região aumentou 14,3% ano passado. São 231 locais ou 10% dos pontos em situação de risco ambiental no Estado, segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). A tendência é observada anualmente. Nos últimos seis levantamentos estaduais, de 2002 a 2007, o crescimento foi de 425%.

São Bernardo lidera o ranking, com 75 pontos. Logo atrás, está Santo André, com 71. Em ambos, a lista de postos de combustível ocupa as primeiras colocações, resultado comum aos demais municípios. A falta de manutenção dos tanques é a causa principal da contaminação do solo.

Quando há interdição ou fechamento dos estabelecimentos, mediante prática de adulteração da gasolina, o problema se agrava. Sem tratamento adequado, há possibilidade de corrosão do tanque e vazamento de combustível.

O risco, porém, não está limitado aos postos. Apenas no Grande ABC há 42 indústrias em áreas contaminadas. São montadoras, fabricantes de produtos de higiene, insumos para a indústria plástica e fornecedores de autopeças, entre outras. Para o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado, Jorge Joel Faris Souza, a permanência de grandes marcas na lista está relacionada à dificuldade de remediação.

"A remediação é sempre um processo feito a longo prazo, por isso as indústrias continuam a figurar no levantamento. Quando se identifica o problema, a primeira coisa é providenciar a remoção do contaminante. Depois, vem a parte mais difícil e cara, que é recuperar o solo ou a água subterrânea", explica o especialista.

O governo atribui a taxa ao trabalho de fiscalização mais intenso e rigoroso, segundo estabelece o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). O conceito hoje é o de controlar todo o ciclo de vida do produto.

"O sistema está aperfeiçoado. Antes só se analisava o resíduo, que é a etapa final da produção. Agora, o conjunto de atividades é envolvido, desde o uso da matéria-prima, até as condições de armazenamento e descarte. Quando isso acontece, o resultado é sempre satisfatório, com efetiva proteção do meio ambiente", diz Jorge Joel Faris Souza.

Nos quesitos conferidos pela Cetesb para classificar uma área como contaminada ou não, estão ainda as ações de remediação desenvolvidas e os riscos eminentes para natureza e população. Usar água subterrânea sem tratamento e plantar em terreno não-recomendado é também colocar a saúde em risco.

DESCARTE
A classificação regional no IQR (Índice de Qualidade de Resíduos), do governo estadual, está confortável. Em escala de zero a dez, a média está em 9,5. Apenas Santo André, que conta com aterro sanitário próprio, soma 9,3.

A posição do Grande ABC é garantida pelo aterro Lara, em Mauá. Além de recolher o lixo da cidade, atende São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. A área conta com impermeabilização do terreno, feita com camadas de argila compactada, revestidas com material geosintético, que associada a uma rede de drenagem, garante a qualidade das águas subterrâneas.

Apesar da qualidade, o Lara recebe média oscilantes. Já esteve com 7, 8,9 e até 9,8.




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