Com as vendas de hatches indo de vento em popa, a Citroën logo resolveu atacar. Afinal, mesmo com visual ainda levemente atraente, seu C3 já estava cansando os olhos do consumidor.

O modelo já tem essa cara lá fora há alguns anos. Mas foi necessário fazer algumas adaptações para o Brasil (onde chegou em agosto passado). Na verdade, tudo foi retrabalhado. Desde a plataforma - a mesma utilizada pelo hatch Peugeot 208, que chega por aqui em abril (confira reportagem na página 6) -, passando pelo interior e chegando até a motorização.

Disponível também com bloco de 1,5 litro, o exemplar avaliado pelo Diário (Exclusive, de R$ 51.240) leva embaixo do capô o propulsor 1.6 Vti 120 Flex Start - sem o reservatório de partida a frio.

Com câmbio manual de cinco velocidades, o hatch mostrou bom comportamento durante os dias de avaliação. Com o pé embaixo, pode-se dizer que o modelo é até nervozinho. São 122 cv se abastecido com etanol. Com o mesmo combustível, o torque máximo chega aos 16,4 mkgf a 4.000 giros. A marca não fala em números de desempenho, mas pode-se dizer que o francesinho feito em Porto Real (RJ) continua firme, mesmo aos 120 km/h. Vale ressaltar que 80% do torque já estão disponíveis aos 1.500 giros.

Aceleração e retomadas não deixam a desejar. Já o consumo poderia ser um pouco melhor. Mesmo dirigindo de forma econômica, o computador de bordo não registra número superior a 8,7 km/l. Os postos de abastecimento foram bastante visitados ao longo desse tempo...

Em curvas, o modelo tem bom comportamento. Mas é bom não abusar. A suspensão é mais puxada para o macio (ao contrário da geração anterior), dessa maneira, o veículo acaba inclinando um pouco mais...

Ponto para a direção com sistema elétrico. Extremamente leve, fica fácil fazer baliza. Mesmo porque o modelo é, relativamente, pequeno - são 3,94 metros de comprimento. Falando em medidas, o entre-eixos de 2,46 metros agrada. Não aperta os ocupantes a bordo, que desfrutam do requinte de cada detalhe da cabine, sejam os que imitam cromados, as peças bem encaixadas, ou mesmo a textura dos plásticos e tecidos dos bancos e portas.

Uma crítica: o teto Zenith - o grande chamariz do modelo à época de seu lançamento, por conferir 80% a mais de visibilidade de dentro do habitáculo - treme o tempo todo. Dependendo da altura da música (o modelo avaliado conta com toca CDs com MP3 player, entrada USB e bluetooth, tudo, comandado através da coluna de direção), o componente vibra de acordo com as batidas. No mínimo incômodo!

De resto, o hatch trata bem seus ocupantes. Nessa configuração, vem de série com mimos como trio elétrico, ar-condicionado automático, controlador e limitador de velocidade, regulagem para o volante (revestido em couro) e banco do motorista, retrovisor antiofuscante, entre outros.

Na estética, a modernidade aparece por meio das luzes diurnas de LED e das rodas de liga leve com 16 polegadas, sem contar os faróis de neblina e maçanetas cromadas, que dão um toque especial. Claro, a segurança não pode ficar de lado. Freios ABS (antitravamento), acendimento automático dos faróis e air bag duplo fazem parte do pacote. Por mais R$ 600, o cliente leva também os air bags laterais.

Ainda como opcionais, o consumidor pode comprar a parte o sistema de navegação MyWay com GPS integrado - tela de sete polegadas - (R$ 2.400) e o Pack Techno, que engloba entre os itens, revestimento dos bancos com couro e sensor de estacionamento traseiro. Custa R$ 2.100.

Se mesmo assim o consumidor prefere pagar um preço mais em conta, a opção é comprar o C3 convencional, que continua sendo vendido pela marca. Só que com aquele mesmo visual de nove anos atrás.