Para os jovens de Mauá que participaram ontem do 6º Desafio de Redação, antes de qualquer apoio familiar ou de amigos, a vontade de parar de beber precisa partir do próprio usuário. "O apoio sempre ajuda, mas não adianta ter incentivo de terceiros se a pessoa não quiser parar", disse Enzo Faria, 13 anos, do 8º ano do Colégio Barão de Mauá.

O 2º Levantamento Domiciliar sobre o uso de Drogas Psicotrópicas na População Brasileira, realizado em 2005 pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), aponta que 12,3% dos pesquisados são viciados em álcool. Entre os jovens de 12 a 17 anos, 7% admitem o vício. Já na faixa etária de 18 a 24 anos, o número sobe para 19,2%.

"Já virou rotina ver adolescente de 15 ou 16 anos bebendo. Na praia, sempre tem jovens com garrafas na mão, e eles não começam com bebidas mais fracas, vão direto para a vodka", disse Luiz Carlos Leo Neto, 11, do 6º ano.

No Ensino Médio do colégio, nas aulas de química orgânica, os alunos aprenderam as consequências que o álcool causa no organismo, além de assistirem a palestras sobre drogas e bebidas. "É um fato que está presente no nosso dia a dia. Até na hora de escrever a redação, uns colegas admitiram que experimentaram alguma coisa", afirmou Renan Aparecido Teixeira, 17, do 2º ano.

Na EE Sylvio Guerato, no Jardim Primavera, o estudante do 6º ano Vicenzo William dos Santos Silva, 11, participou pela primeira vez do concurso. "Achei o tema fácil. Em casa, meus pais conversam comigo sobre o assunto, me aconselham para nunca chegar perto de bebida e tomar cuidado com os amigos que querem fazer minha cabeça."

Para Lucas Roberto Rosa, 11, do 7º ano, a falta de estrutura familiar é o que faz as pessoas começarem a beber. "Minha mãe me orienta muito. Acho que quem entra no vício, não tem essa base em casa."

O Desafio de Redação é promovido pelo Diário e co-realizado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano). O vencedor ganha uma bolsa de estudos na instituição. O concurso tem parceria do governo estadual e apoio da Ecovias.