Política Titulo Santo André
MP aciona Câmara de Sto.André por ‘exagero de comissionados’

Promotoria pede que sejam exonerados cargos de confiança em 30 dias

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
29/06/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O Ministério Público ajuizou ação civil pública contra a Câmara de Santo André “devido ao número exagerado” de servidores comissionados após levantamento de mais de um ano sobre o quadro da Casa. O processo foi impetrado pelo promotor de Patrimônio Público e Cidadania, Marcelo Nunes, que requereu anteriormente reforma administrava, solicitação que não foi acatada.

A Promotoria pediu também que a Justiça conceda liminar para que todos os funcionários de confiança (admitidos sem concurso público) sejam exonerados em 30 dias.

No documento, o promotor afirma que o Legislativo faz uso excessivo das nomeações de comissionados na comparação com a quantidade de efetivos. Dos 378 servidores da Casa, quase 65% são em comissão. “O que escancara a ilegal oferta de cargos a apadrinhados políticos e a deturpação de sua finalidade”, menciona o texto. De todos os postos na Câmara, 247 são comissionados, enquanto somente 110 são ocupados por efetivos e 21 cedidos por outros órgãos.

A Casa é composta por 21 vereadores. Cada gabinete tem 13 servidores à disposição. Há também setores jurídico e administrativo.

Nunes afiança que a ação está baseada integralmente na Constituição Federal. “Os cargos em comissão dispostos à assessoria da Câmara têm de ser exceção. A regra é concurso público”. O ofício foi encaminhado ao presidente do Legislativo, Donizeti Pereira (PV). O promotor teve reuniões com o verde, entre 2013 e 2014. No processo consta que a Casa se manifestou pela impossibilidade de cumprir as medidas recomendadas, o que provocou a medida judicial.

A Promotoria cita a “ilegalidade praticada” pela nomeação sem que haja atividade de direção e chefia. Também mostra que não existe descrição das funções nem delimitação de horário de trabalho, o que impede o controle da atuação dos funcionários comissionados, burlando o princípio da economicidade.

Donizeti alega que adota medidas cabíveis dentro das possibilidades do poder público e responsabiliza a burocracia pela demora na conclusão de licitação. O verde assinou contrato com a FIA-USP (Fundação Instituto de Administração) por R$ 350 mil para realizar estudo de readequação administrativa. Devem ser aberto 30 cargos concursados. “Não tenho condições de fazer análise sem corpo técnico suficiente e especializado. Queremos acordo. Da nossa parte há ampla disposição de fazer TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).”




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