Setecidades Titulo Abastecimento
São Bernardo é recordista
em perda de água na região

Estudo do Instituto Trata Brasil aponta que, em 2010, cerca
de 51,46% dos recursos foram desperdiçados ou desviados

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
17/08/2012 | 07:00
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Levantamento publicado ontem pelo Instituto Trata Brasil mostra que São Bernardo é o município do Grande ABC com maior índice de perda de água. O relatório tem como base o último diagnóstico emitido pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), do Ministério das Cidades, em 2010.

Entre 25 municípios paulistas com mais de 200 mil habitantes, São Bernardo teve a segunda maior perda, atrás apenas de Mogi das Cruzes. Do total de água produzida ou importada por São Bernardo, 51,46% não são tarifados. Entre os principais motivos para a perda estão vazamentos, falhas e fraudes em hidrômetros e ligações clandestinas.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) diz já ter diminuído o índice de perdas no município, chegando a 37,65% no ano passado. Em 2004, quando a empresa assumiu o serviço na cidade, as perdas eram de 67%. Para diminuir o desperdício, a estatal afirma ter investido em troca de tubulações, ramais e redes, além de combater fraudes e instalar medidores mais precisos.

A segunda cidade da região com maior perda em 2010 foi Diadema, com 41,49%. O município, no entanto, registrou a maior diminuição no desperdício desde 2009, quando a taxa foi de 48,23%. A Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) atribui o prejuízo à existência de redes antigas e à topografia do município. Isso porque, segundo a empresa, o bombeamento de água para pontos altos exige pressão mais forte, o que aumenta as chances de rompimento de tubulações.

Em Mauá, as perdas de água chegaram a 37,96% em 2010. No ano anterior, o índice foi de 39,57%. Procurada, a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) não se manifestou.

Já Santo André teve a menor taxa de perda do Grande ABC, com 27,3%. Em 2009, o desperdício era de 29,38%. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) também não se pronunciou.

Segundo o presidente do Trata Brasil, Édison Carlos, a média nacional de perda de água é de 36%. As maiores taxas do País giram em torno de 70%. "Além do desperdício do recurso hídrico, as empresas deixam de receber pelo serviço prestrado", pontuou.

Tratamento de esgoto é inferior a 35%

Nas quatro maiores cidades do Grande ABC que participaram do levantamento do Instituto Trata Brasil, o tratamento de esgoto foi inferior a 35% em 2010. Com 33,98% Santo André tem o melhor índice. Em seguida estão São Bernardo (16,97%) e Diadema (12,29%). Em Mauá, apenas 4,98% do esgoto é tratado. Dessa forma, quase 95% vão parar em rios e córregos.

São Caetano, que não aparece no levantamento por não estar entre as 100 maiores cidades do País, tem 100% de coleta e tratamento.

Em Diadema e São Bernardo, a meta é atingir 100% de tratamento até 2018. As companhias de saneamento de Santo André e Mauá não se manifestaram. Na Capital, 54,16% do esgoto era tratado em 2010, segundo o levantamento.




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