O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano intensificará a campanha de economia de água em condomínios da cidade. Isso porque, segundo o diretor-geral da autarquia, Wellington Kalil, moradores dos edifícios são os que menos economizam. O município é integralmente abastecido pelo Sistema Cantareira, e sofreu redução de 15,5% no envio de água da Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo) após determinação da ANA (Agência Nacional de Águas) e do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), no início de março.

Kalil afirma que em março a redução no gasto do líquido nos prédios foi de 5,3% em relação a fevereiro. “Em abril, porém, foi para 4,4%, ou seja, percebemos que a campanha não sensibilizou os moradores dos prédios.”

Ao todo, há cerca de 3.200 condomínios na cidade. O diretor-geral do DAE afirma que poucos têm hidrômetros separados por apartamentos, mas não sabe precisar quantos.

Para tentar alcançar a meta de pelo menos 15,5% de economia também nos condomínios, será realizado no começo de junho seminário com as administradoras que atuam em São Caetano. Segundo o diretor-geral, serão discutidos temas como introdução sobre o atual cenário do Sistema Cantareira, balanço da campanha de consumo consciente, dicas de economia, importância dos funcionários conhecerem e interpretarem os hidrômetros para verificar anomalias, além de curso rápido de detecção de vazamentos.

Kalil garante que se a iniciativa não der certo, abordará diretamente síndicos e zeladores. “De alguma forma temos de incentivar a participação dos prédios na campanha.”

Nos imóveis residenciais, a cidade alcança mensalmente, em média, 20% de redução no consumo, o maior índice por segmento. “As indústrias já trabalham de forma consciente no que diz respeito ao consumo de água, por isso, são mais modestas na redução”, afirma o diretor-geral do DAE.

Estado começa a utilizar volume morto do Sistema Cantareira

O Sistema Cantareira enfrenta atualmente a maior seca de sua história. O nível do reservatório alcançou ontem, dia em que o Estado começou a utilizar o volume morto para abastecimento, 8,2% da capacidade.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) acionou às 10h35 as sete bombas instaladas na Represa Jacareí, em Joanópolis, no interior paulista, que iniciaram a captação de água, mas não quis precisar até quando a reserva profunda do manancial será suficiente para abastecer 47% da Grande São Paulo sem adoção de racionamento generalizado. “Passaremos o período da seca e chegaremos às próximas águas”, resumiu Alckmin. “O governo não está esperando São Pedro. Estamos trabalhando 24 horas com todo empenho, engenharia técnica, para garantir o abastecimento da população.”

A Sabesp prevê que a quantidade de água do volume morto seja suficiente para abastecer a população até outubro, quando espera que as precipitações retornem. (com AE)