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Quedas afetam um terço dos idosos
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
28/06/2009 | 07:02
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Nesta semana foi comemorado o Dia Mundial de Prevenção a Quedas entre Idosos e os números apresentados por diversas entidades ligadas à gerontologia são preocupantes. Embora medidas simples possam evitar o problema, quase um terço dos paulistas (30%) com mais de 60 anos sofreram quedas no ano passado. Destes, 10 mil foram internados com fraturas no fêmur.

Além da dor e do desconforto social, a queda traz diversos transtornos para quem passou dos 60 anos. A recuperação é até três vezes mais dispendiosa (gastos com hospital, medicamentos e material de apoio) e leva o dobro do tempo do que a de um adulto comum. Fora isso, é um golpe na autoconfiança.

A velhice é envolta em mitos. Um deles é de que se trata de algo normal cair e tropeçar quando se passa dos 60 anos. O equívoco é parte de uma cultura que trata quem tem idade avançada como doente. "Ele pode e deve se manter ativo na sociedade. Envelhecer não é doença", afirma a professora responsável pela disciplina de Saúde do Idoso da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Ana Paula Guarnieri.

Em Santo André, no bairro Capuava, Ana Paula comanda o projeto Bem Viver, com cerca de 3.000 idosos cadastrados. O banco de dados do qual dispõe (mesmo sem receber um computador adequado da administração municipal) ajuda a traçar um perfil dos moradores vizinhos ao Centro de Saúde Escola.

Em um primeiro estudo, cruzou informações entre sintomas depressivos e queda. Chegou à conclusão de que 36% dos pacientes já tinham sofrido queda (o que inclui tropeços). A partir dos dados, intensificou a prevenção, que passa por ir até a casa das pessoas e sugerir mudanças.

Nada é imposto. A cadeira no lugar errado e o tapete solto podem trazer conexões afetivas (foram comprados com dinheiro poupado, presenteados por alguém de quem se gosta etc). A palavra que guia Ana Paula e o grupo que orienta é adaptação. "A vida é feita disso", afirma.

O idoso nunca mais vai se reabilitar. Não voltará a ser o que foi um dia. A consciência a respeito das próprias limitações não é determinada por Ana Paula, mas sugerida. "Somos o auxílio para isso", lembra.




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