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Pesquisas divergem sobre custos do spam
Por Do The New York Times
04/08/2003 | 19:10
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Quando a Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, instalou seu novo sistema de gerenciamento e-mail em 2000, gastou cerca de US$ 1,2 milhão em uma rede de nove computadores para o processamento das mensagens de 115 mil alunos, membros do corpo docente e pesquisadores em seu campus principal e em redes via satélite em todo o Estado.

A instituição esperava que o sistema resistisse, pelo menos, até 2004, mas o volume de e-mails cresce rapidamente. Agora, a universidade precisará substituir seus computadores, a um custo de US$ 300 mil. Por quê? Sobretudo, por causa do crescente volume de mensagens indesejadas, que representa cerca de 45% dos 3 milhões de e-mails recebidos pela universidade todos os dias.

O spam tornou-se o vilão da Internet, porque é tão fácil e barato enviá-lo que quase todas as empresas utilizam essa ferramenta. Quem envia spam nos dias atuais paga US$ 0,00025 por mensagem.

Os custos de computação para os destinatários, ou seus provedores de Internet, são similarmente pequenos.

Entretanto, com alcançam a cada dos bilhões as mensagens enviadas a cada dia, todas essas frações de centavos passa a representar uma quantia real. Ainda maiores são os custos para bloquear as mensagens, pegar os infratores e desfazer os danos causados aos destinatários.

Avaliar os custos relativos ao envio dessas mensagens, bem como o tempo perdido com elas, multiplicados por milhões de usuários, resulta em gigantescos, e inevitavelmente imprecisos, números. Uma companhia, a Ferris Research, diz que o custo é de US$ 10 bilhões nos EUA em 2003. O Radicati Group, por sua vez, estima um custo mundial de US$ 20,5 bilhões.

Outra empresa, a Nucleus Research, faz estimativas maiores. Com base em sua avaliação, o custo econômico é de US$ 874 por ano para cada trabalhador com uma conta de e-mail – que, multiplicado por 100 milhões de pessoas, representa custos de cerca de US$ 87 bilhões só para os Estados Unidos.

“O spam é uma daquelas áreas na qual vemos um severo impacto sobre a produtividade”, diz Rebecca Wettemann, diretora de pesquisa da Nucleus.

“Os trabalhadores recebem em média 13,3 mensagens indesejadas por dia, o que representa seis minutos e meio de processamento. Faça os cálculos e você verá que isso representa 1,4% do seu tempo de produção”, diz.

Mas nem todo mundo vê o fim dos tempos. Peter Fader, professor de marketing da Wharton School, diz que as estimativas das companhias de pesquisa superam o verdadeiro custo do spam. “Eu sou profundamente cético em relação à precisão desses métodos”, afirma. “Apagar a mensagem é bem mais eficiente do que arrastar o e-mail até a lixeira”, diz.




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