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Intercâmbio é cultura e diversão para jovens
Luciana Yamashita
Especial para o Diário
13/01/2007 | 22:24
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Passar as férias bem longe de casa, ganhar experiência, liberdade e fluência em outro idioma. Quem faz intercâmbio traz, além das bugigangas, muita história na bagagem.

As opções são diversas, desde programas de férias para adolescentes e trabalho remunerado para universitários até cursos de idiomas para a terceira idade. A maioria dos participantes em programas de intercâmbio é de pessoas entre 18 e 35 anos, mas o perfil de interessados está mudando.

“Antes os participantes eram basicamente jovens. Agora as opções são maiores e os cursos de idiomas atraem pessoas de todas as idades”, afirma a gerente da agência Experimento de Santo André, Camille Marcolin Gonçalves, 25 anos.

A fluência em um outro idioma, tão pedida no mercado de trabalho, é uma das principais razões para que as pessoas procurem as viagens. “O objetivo é aprimorar o idioma e realmente aprendê-lo no país onde é falado. A pessoa ainda aprende a ser muito mais independente”, acredita a consultora de viagens da STB (Student Travel Bureau) Elaine Cristina Tibério, 29 anos.

Jovens a partir dos 12 anos já podem procurar pacotes de cursos de férias, que são acompanhados de um guia. O ideal é planejar a viagem com bastante antecedência, de três a seis meses, mas, dependendo do destino, é possível fechar pacotes em até 15 dias. “A demora depende muito do visto. Para a Argentina, por exemplo, dá para ir com pouco tempo de planejamento”, explica a gerente Camille.

O cenário para o programa de dez meses da estudante Renata Zampol, 17 anos, foi uma cidade pequena, com 1,5 mil habitantes, no Kansas, Estados Unidos. Invadir uma fazenda sem querer e ir de bicicleta até uma pracinha no meio da noite para olhar estrelas foram duas das diversas situações pelas quais a estudante de Ribeirão Pires passou entre agosto de 2005 a junho do ano passado.

“No feriado de Thanksgiving (Ação de Graças), fui com a minha família americana para a montanha. Meus irmãos, uma amiga e eu vimos um local com paisagem linda, de filme mesmo, e entramos na propriedade. Um homem veio dar bronca na gente e tivemos que sair correndo. Imagine se vamos parar na polícia. São coisas simples, e deu para descobrir a cidade inteira no tempo que eu passei lá”, conta.

Renata já tinha estudado inglês durante cinco anos no Brasil e se virou bem nos EUA. “Sabiam que era estrangeira e não tinha medo de errar. Troquei umas palavras, mas viraram situações engraçadas.” Renata estudou parte do Ensino Médio durante sua estadia.

A responsabilidade era grande para a estudante de Santo André Aline Fraile, 22 anos. Ela tinha duas crianças de dois anos totalmente aos seus cuidados em Atlanta, na Georgia. Aline ficou 13 meses, de março de 2005 a abril do ano passado, e conheceu 11 estados durante as folgas e férias que teve. “Os três primeiros meses foram mais difíceis, mas depois fica ótimo. Conheci gente do mundo inteiro e a minha família lá era muito legal comigo.”

Aline se deu tão bem com a família estrangeira que foi convidada por eles, durante o período do programa, a passar uma semana de férias no Brasil. “Viemos de turistas e depois voltamos para Atlanta”.

A bagagem na volta para casa veio carregada. “Levei duas malas e voltei com sete. Só de fotos tenho 700”, conta.

Canadá – O frio do país e a frieza da família onde a estudante Monica Reali Salvadori, 19 anos, ficou hospedada durante seis meses, de janeiro a junho do ano passado, fez com que a adaptação ao Canadá fosse mais difícil. “Eu não me sentia à vontade nem para almoçar com eles, mas muita gente me ajudou no tempo que eu fiquei lá. No último mês, mudei de família e foi a melhor coisa”, conta.

Monica decidiu pelo programa porque tinha terminado o 3º ano do Ensino Médio e estava em dúvida sobre o curso que prestaria no vestibular. Foram oito anos de estudo de inglês no Brasil antes de ir. Depois da experiência, decidiu pelo curso de administração de empresas.

África do Sul – Três semanas de curso na Cidade do Cabo e mais uma semana de viagens pelo litoral africano fizeram parte das férias do analista de sistemas de São Caetano Renato Torres Testa, 27 anos, em setembro do ano passado. “Todos que eu conheço falavam bem do país, é mais barato e não depende de visto”, diz.

O continente já remete às savanas, mas os cenários que fizeram parte da viagem do analista foram outros. “O lugar é maravilhoso, mas o que mais chama a atenção são as pessoas. O povo é muito receptivo e ainda dá para conhecer pessoas do mundo todo.”

Serviço
CI (Central de Intercâmbio): 4421-9311: Avenida Dom Pedro II, 3.049, Santo André. São Bernardo: rua Rio Branco, 427, loja 18, Centro, telefone: 4124-6161.

Experimento: 4990-9900. Rua das Bandeiras, 336, Jardim, Santo André.

STB (Student Travel Bureau): 4979-5511. Rua Almirante Protógenes, 376, Jardim, Santo André.



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