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Ratos preocupam São Bernardo
Por Kléber Werneck
Da Sucursal de São Bernardo
27/05/2001 | 19:07
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São Bernardo está sofrendo uma explosão demográfica de ratos. O Departamento de Zoonoses da Prefeitura informou que, no verão deste ano, foi registrada a maior incidência de roedores na cidade nos últimos cinco anos. As temperaturas elevadas, associadas às condições favoráveis para sobrevivência do animal (água, abrigo e comida), são os responsáveis pelo fenômeno, segundo acreditam os técnicos do setor.

A estimativa dos especialistas é de que a população de ratos tenha crescido em pelo menos 58%. A base de cálculo é o número de solicitações feitas ao Departamento de Zoonoses. Até a última sexta-feira, a Prefeitura já havia recebido 3.840 pedidos de desratização, contra 3.890 nos 12 meses de 2000.

A chefe da Divisão de Veterinária e Controle de Zoonoses, Vilma Viviane de Oliveira, afirmou que os ratos têm condições ideais para proliferação. “Onde há o tripé temperatura, comida e abrigo, há ratos.”

A própria demanda de trabalho do setor de zoonoses tem sido um aliado dos ratos. Viviane disse que, devido ao elevado número de pedidos, as equipes de técnicos têm concentrado os esforços apenas em atender os casos, deixando o trabalho preventivo. “Temos sido obrigados a combater os efeitos, e não as causas do problema.”

Os córregos e locais onde há ausência de saneamento básico são os principais focos para proliferação dos ratos. O maior recordista é o Saracantam, que nasce na Vila São Pedro e vai até o Paço Municipal. No ano passado, foram encontradas 3.338 tocas ao longo de sua extensão.

Só em um trecho de aproximadamente 800 m do córrego que beira a rua Amazonas, na Vila São Pedro, foram encontradas 1,2 mil tocas. A média estimada pelos técnicos é de que em cada uma haja de quatro a seis roedores.

Os moradores do local culpam a Prefeitura pelo problema. Apesar do trabalho de combate e desratização, eles reclamam da falta de infra-estrutura na rua. “Se o córrego fosse canalizado e a rua asfaltada, não precisaríamos de nada disso”, afirmou a dona de casa Emanuele Dias da Silva.

O problema, no entanto, não é exclusividade dos bairros onde não há infra-estrutura. O segundo local com o maior número de tocas – 1.378 – é o córrego Capuava, no Demarchi, onde fica a Rota do Frango com Polenta. Segundo os técnicos, o principal motivo são os restos de comida que são jogados pelos estabelecimentos.

Como conseqüência direta do problema, desde o início do ano o Departamento de Zoonoses recebeu 20 pessoas com suspeita de leptospirose, doença transmitida pela urina de rato.

Vilma acredita que, com a chegada do frio, o número de ratos deve diminuir naturalmente. “Como o calor do último verão foi muito forte, não só os ratos, mas todas as pragas urbanas cresceram.”

A chefe do departamento afirmou que, além das aplicações de veneno, o trabalho preventivo da Prefeitura será educativo. “É importante que a população se conscientize de que não pode jogar lixo nos córregos ou terrenos baldios.”




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