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Executivo deixa a GM, mas não a cidade
Do Diário do Grande ABC
28/07/2007 | 10:56
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Uma história de vida que está entrelaçada com a história de São Caetano e com a da maior indústria do município. Assim pode ser resumida a trajetória de André Beer, ex-vice-presidente da General Motors e que trabalhou na montadora durante 49 anos.

Filho de imigrantes vindos da antiga Iugoslávia, que se conheceram no Brasil, ele nasceu em Santo André, em 1932.

Sua ligação com São Caetano se inicia em 1951, quando, aos 19 anos, é contratado como auxiliar de escritório na área de custos da GM.

Beer estava no último ano de contabilidade, na então Escola Técnica e Comércio Senador Flaquer, em Santo André. Entra na montadora para calcular custos da Frigidaire, da GM, a primeira geladeira produzida no País.

Quatro anos depois, tornou-se analista financeiro na equipe que desenvolveu o projeto da primeira picape nacional (a Chevrolet Brasil), no governo de Juscelino Kubitschek.

O ex-executivo da montadora relembra com saudosismo desse período. “O JK criou o Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), em 1956, que iniciou a produção nacional de automóveis e caminhões. Foi um sucesso absoluto.”

Mais tarde, Beer participa do projeto do primeiro utilitário brasileiro (a Veraneio), lançado em 1964 e, da criação diferenciada do Opala, em 1968. Foi o primeiro carro brasileiro com duas opções de motor (quatro e seis cilindros).

A ascensão do executivo na multinacional americana foi meteórica. Em 1965, assume a controladoria financeira, e oito anos depois, torna-se diretor e controlador financeiro. Em 1985, chega à vice-presidência executiva de operações, cargo em que fica até 2000.

Mesmo como vice-presidente, faz questão de passar todos os dias pela área da produção, para conversar com os operários do chão de fábrica. “Identificava-me com eles. Tem um estudo que diz que a diretoria só conhece 5% dos problemas e o chão de fábrica conhece todos”, diz André Beer.

Em 2000, o ex-vice-presidente se desliga da companhia para alçar novos vôos, com a abertura de uma consultoria, a Beer Consult & Associados. “Eu me preparei para sair, já tinha 68 anos e, normalmente, as pessoas saíam com 65; senti que era hora de deixar espaço para outros”, explica.

Vínculos - Como a economia de São Caetano tem forte dependência da GM, a relação da montadora com a cidade sempre foi estreita. “Sempre tivemos respaldo e apoio do poder público”, afirma Beer, que possui até hoje vínculo com o município do Grande ABC.

Depois de entrar na companhia, em 1958, ele foi morar em São Caetano, no Barcelona. Em 1974, mudou-se para Santo André, mas em 2002 voltou ao mesmo bairro.

“Há alguns anos, me casei novamente (sua primeira esposa, Nathercia, morreu em 1999), e eu com minha segunda esposa (Mary de Carvalho) resolvemos nos mudar para uma casa que eu construí em São Caetano.”



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