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Butantan escolhe USCS como centro
de teste de nova vacina contra gripe

Laboratório da universidade fará estudo clínico com imunizante que tem ambição de proteger de quatro variantes do vírus da Influenza

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
13/05/2021 | 22:36
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Divulgação/PMSCS


O laboratório da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), que funciona dentro do Hospital São Caetano, no bairro Santo Antônio, foi escolhido pelo Butantan como um dos 11 centros de pesquisa para estudo com nova versão da vacina contra a gripe (Influenza). Atualmente, o imunizante que é produzido pelo instituto paulista e distribuído para o Brasil inteiro, por meio do Ministério da Saúde, protege contra três variantes e a nova vacina promete bloquear quatro cepas do vírus.

No ano passado, a estrutura da universidade foi utilizada para estudos de eficácia da Coronavac, também produzida pelo Butantan em parceria com a chinesa Sinovac e que protege contra a Covid-19.

Os estudos começaram ontem e terão a participação de cerca de 6.500 voluntários. Além de São Caetano, os outros centros de pesquisa são em Ribeirão Preto, São Paulo, Serrana, São José do Rio Preto, Belo Horizonte (Minas Gerais), Porto Alegre e Pelotas (Rio Grande do Sul), Fortaleza (Ceará), Recife (Pernambuco) e Laranjeiras (Sergipe) – somente São Caetano e Ribeirão Preto já iniciaram os testes.

A pesquisa foi dividida em três grupos por faixa etária: 3 a 8 anos, 9 a 17 anos, 18 a 59 anos e 60 anos ou mais. Os interessados em participar dos ensaios clínicos devem acessar o site uscspesquisa.org e fazer a inscrição.

De acordo com o infectologista Fabio Leal, diretor de pesquisas da USCS e coordenador dos testes, a ideia é aprimorar ainda mais a vacina contra a gripe. “Atualmente o Butantan distribui a trivalente, que protege contra três cepas do vírus (H3N2, H1N1 e B Victoria) e essa nova vacina vai proteger de uma quarta (B Yamagata). Essa vacina já existe na rede particular e agora deve ser inserida no PNI (Programa Nacional de Imunização)”, explicou Leal.

De acordo com o especialista, a chance de os estudos serem bem-sucedidos é grande. “Expectativa é boa porquea técnica já é conhecida do Butantan, que domina muito bem essa área”, destacou Leal, que descartou efeitos colaterais tanto da vacina atual como do novo imunizante. “A vacina da gripe é produzida com o vírus morto, ou seja, não causa a doença, apenas auxilia o sistema de defesa. Claro que pode surgir moleza, dor no local da aplicação, que é comum em grande parte das vacinas”, acrescentou.

O imunizante contra a gripe é produzido na mesma planta da vacina Influenza trivalente. Por incluir mais uma cepa do vírus, acredita-se que ela ampliará a imunização contra os vírus Influenza B e a proteção, especialmente em populações consideradas de risco para o agravamento da doença, como crianças, adolescentes, idosos e gestantes, por exemplo.

Todos os anos a OMS (Organização Mundial da Saúde) realiza no mês de setembro a escolha das cepas que farão parte da vacina Influenza sazonal do Hemisfério Sul, baseada na circulação deste vírus no ano anterior.

OPORTUNIDADE
De acordo com Fabio Leal, como a vacina da gripe distribuída no PNI não estará acessível para toda a população brasileira, participar dos testes será a chance de conseguir a imunização, já que, diferentemente dos testes realizados com a Coronavac, desta vez todos os voluntários vão receber a vacina mesmo e não haverá a aplicação do placebo. A diferença é que parte do grupo será imunizada com a versão trivalente e a outra parte, com a tetravalente.

“Depois das aplicações, os voluntários serão submetidos a exames de sangue, onde vamos poder constatar a criação de anticorpos tanto nas pessoas que tomaram a trivalente como nas que foram imunizadas com a tetravalente. Essa diferença é que credenciará a nova vacina a ser disponibilizada para a população na campanha de vacinação de 2022”, finalizou o infectologista.  




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