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Sucessão de Avamileno: racha à vista
Por Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
10/04/2007 | 07:05
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O processo eleitoral de 2008 deve rachar a bancada petista na Câmara de Santo André. Três dos seis vereadores do partido já admitiram publicamente quem apóiam na discussão interna da sigla para a sucessão do prefeito João Avamileno (PT). A outra metade, embora diga estar indecisa, já demonstra tendências.

Segundo informações de bastidores, a vice-prefeita Ivete Garcia deverá ter apoio declarado de três parlamentares, contra dois em favor do deputado estadual Vanderlei Siraque. O vereador Claudio Malatesta apóia solitariamente a própria pré-candidatura. O militante Ivo Martim não deverá ter ajuda de nenhum membro da bancada.

O primeiro a se manifestar acerca do assunto foi o presidente do Legislativo, José Montoro Filho, o Montorinho. “A Ivete é hoje a mais preparada para dar continuidade ao projeto iniciado pelo Celso Daniel”, avalia.

Em defesa de Siraque está Antonio Leite. Na opinião dele, o deputado foi aprovado no “grande teste chamado eleições 2006” ao ser o único eleito da cidade. Em defesa do próprio nome, Malatesta diz que não desistirá da disputa interna. Apesar das críticas que vem recebendo por essa atitude, especulações apontam que a insistência dele em manter o nome está diretamente ligada ao fato de o prefeito Avamileno estar propenso a apoiá-lo.

Os descontentes reclamam que Malatesta não deve seguir em frente por conta dessa proximidade – a filha mais nova do vereador é casada com um dos filhos do prefeito. “Independentemente de quem ele escolher para apoiar, vou respeitá-lo. Isso não criará problema comigo.”

Indecisos - Heleni de Paiva deve ficar ao lado de Siraque nas prévias do PT. Segundo ela, o deputado foi o único dos pré-candidatos a chamá-la para uma conversa. “Ele, inclusive, convidou-me para auxiliá-lo na elaboração do plano de governo, na questão relacionada à educação e à segurança pública.”

Irritada com a forma como vem sendo travada a disputa pela indicação, ela chegou a dizer que não descarta entrar na briga. “Já aventei que se as coisas continuarem assim, colocarei meu nome na disputa.”

Jurandir Gallo defende que antes da discussão de um nome, sustentação e oposição devem sentar e elaborar em conjunto um projeto para a cidade. “Supondo que o PT indique o próximo prefeito, o quadro ideal é que o vice seja da oposição. É necessário um governo de coalizão, não montado na base do fisiologismo, com o objetivo unicamente de fazer acordos para dividir espaço. É preciso, efetivamente, dividir poder”, alerta.

Gallo diz que o pré-candidato que assumir essa responsabilidade terá o seu apoio. No entanto, ele admite que Ivete é hoje a mais próxima de conseguir unir os dois lados. “Não descarto a possibilidade de o Siraque fazer isso. Mas, basicamente, ele quer primeiro discutir o nome. No caso da Ivete pesa o fato de o grupo que a apóia ser historicamente favorável à discussão de programas e desse tipo de coisa.”

Maria Ferreira de Souza, a Loló, está preocupada com o processo interno. “Não podemos promover uma luta no PT. Temos de clarear o que diferencia a Ivete e o Siraque”, relata ela, que considera apenas as duas pré-candidaturas. Ela desmente, mas aliados de Ivete dizem que Loló apoiará a vice-prefeita.

O PT deve antecipar para setembro ou outubro as eleições internas para a escolha do nome. A intenção, ventila-se, é que o partido evite problemas futuros, com possivelmente novos filiados (escolhidos a dedo para as prévias) definindo os rumos da legenda.




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