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Morte por Covid cai em Sto.André

Média diária reduziu 40% comparada à registrada há 14 dias; na
região, óbitos ficaram estáveis, porém, contaminação mais que dobrou

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
29/07/2020 | 02:12
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Claudinei Plaza/DGABC


A média móvel de mortes causadas pelo novo coronavírus entre 22 de julho e ontem, comparada à semana entre 8 e 14 de julho, mostrou queda de 40% em Santo André, cujo número diário foi de cinco para três vítimas. Nas demais cidades da região, a quantidade de óbitos ficou estável, mesmo em São Bernardo, onde houve redução de 11,1% nos óbitos, já que o método classifica oscilações de até 15% (para cima ou para baixo) como estáveis.

Ainda que a notícia seja positiva, o alerta para a Covid-19 segue aceso, já que a contaminação continua crescendo no Grande ABC. Na mesma comparação, a média diária de casos foi de 414 para 881 (112,8%). Cinco das sete cidades tiveram aceleração nos diagnósticos, sendo o principal aumento em São Bernardo, onde quantidade de infectados diariamente foi de 154 para 564 (266,2%). A incidência em Santo André e Mauá ficou estável. A ampliação da testagem pelas prefeituras é um dos fatores que justificam o aumento nas ocorrências, porém, a flexibilização também é um dos aspectos que impactam no avanço da doença.

“Se tivéssemos uma maior testagem, principalmente pelo RT-PCR, que é o padrão ouro de testagem, conseguiríamos ter um acompanhamento mais ‘figuroso’, mas sabemos que a quantidade de testes aplicados ainda é muito baixa para saber como a pandemia está avançando. Então, a média móvel é a melhor maneira de avaliarmos este cenário”, afirmou Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

Segundo Adriana de Brito, gestora do curso de biomedicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), o impacto na alta de casos foi causado pelo aumento da testagem não apenas pelas prefeituras, mas também pelas empresas que retornaram às atividades. “Muitos dos novos diagnósticos de Covid-19 são de pessoas assintomáticas, que não apresentaram sinais e sintomas. Entretanto, elas podem contribuir ainda mais para o aumento de casos se não forem respeitados os protocolos estabelecidos pelos órgãos sanitários para a flexibilização.”

Conforme publicado pelo Diário na quinta-feira, a região testa 54 a cada 1.000 habitantes, sendo Mauá a cidade com o menor índice, com média de três a cada grupo de 1.000 moradores, de acordo com dados do TCE (Tribunal de Contas do Estado) compilados até junho. Município com maior testagem era São Caetano (233 por 1.000 moradores), seguido por Santo André (84 por 1.000 habitantes), São Bernardo (45 por 1.000 habitantes), Ribeirão Pires (29 por 1.000 habitantes), Rio Grande da Serra (25 por 1.000 habitantes) e Diadema (17 por 1.000 habitantes).

Na avaliação de Weissmann, a aceleração dos casos pode estar ligada também à flexibilização da quarentena, que iniciou em 15 de junho na região. “Muita gente acredita que liberou geral, mas ainda estamos em plena pandemia, não podemos abandonar as regras de prevenção, que são o isolamento físico, o uso correto de máscara, cobrindo o nariz e o queixo, e a higienização das mãos. Não é porque avançou de fase (no Plano São Paulo) que esteja descartada a possibilidade de retrocedermos”, alertou.

Exemplo é em Santa Catarina, onde algumas cidades melhoraram os índices de contaminação e mortes e iniciaram a reabertura. Porém, a incidência da Covid-19 disparou e os municípios voltaram a adotar quarentena mais severa.

Para Adriana, o retrocesso na retomada das atividades deve ocorrer apenas se o sistema de saúde estiver sob risco ou entrar em colapso. “Apesar do aumento de novos casos registrados, não está impactando na taxa de ocupação hospitalar e a tendência é que diminua no próximo mês”, observou. “Acredito que todos estejam bem informados sobre os cuidados básicos, pelo menos, porém, por questões culturais, alguns desobedecem e não respeitam as normas. Então, o aconselhável é manter a fiscalização e orientar a população”, completou.

Sete cidades totalizam 38.763 infectados

O Grande ABC soma 38.763 casos positivos do novo coronavírus desde o início da pandemia, sendo que 650 foram confirmados ontem. Do total, São Bernardo contabiliza 17.246 contaminados, além de 10.693 ocorrências em Santo André, 5.379 em Diadema, 2.556 em São Caetano, 1.869 em Mauá, 702 em Ribeirão Pires e 318 em Rio Grande da Serra.

A região totaliza 1.688 mortos pela Covid-19, dos quais dez foram registrados em 24 horas. Por cidade, são 604 em São Bernardo, 371 em Santo André, 330 em Diadema, 193 em Mauá, 122 em São Caetano, 51 em Ribeirão Pires e 17 em Rio Grande da Serra.

Pelo menos 19.873 moradores das sete cidades já se recuperaram da doença. Outros 42.139 pacientes estão em investigação.

NACIONAL
Segundo o Ministério da Saúde, o coronavírus já vitimou 88.539 pessoas fatalmente, sendo 921 confirmados ontem. Com mais 40.816 casos, o País atingiu 2.483.191 infectados. Do total, 1.721.560 se curaram. A letalidade (número de mortes pelo total de casos) ficou em 3,6%.

Os números não consideram as informações do Estado de São Paulo, que não atualizou o boletim epidemiológico até o fechamento desta edição.Em nota, o governo estadual justificou que os dados estavam em reprocessamento pelas equipes de tecnologia da informação e vigilância epidemiológica. A divulgação seria feita “tão logo haja conclusão dos processos de extração e conferência de dados”. O comunicado adicionou que as equipes trabalham na readequação da rotina em razão da inserção de novos campos no Sivep (Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica) pelo Ministério da Saúde.

Até segunda-feira, o Estado acumulava 487.654 casos positivos, 21.676 mortes e 337.434 recuperados.<TL>FK
 




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