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Diretor do IML do Estado afirma que unidade de Mauá era irregular

Posto destinado às vítimas de violência doméstica funcionou dois meses

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
26/10/2019 | 07:00
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O fechamento do posto de atendimento do IML (Instituto Médico-Legal) em Mauá, que prestava atendimento preferencial às vítimas de violência doméstica da cidade, de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, ocorreu porque o equipamento funcionava de forma irregular. A afirmação foi feita pelo diretor estadual do IML, Alexandre Inaco Cirino. Segundo o dirigente, a abertura do posto se deu em novembro em caráter “provisório e experimental”. “Não houve interrupção do serviço, porque o posto não existia juridicamente.”

Cirino explicou que não havia convênio formalizado entre a Prefeitura de Mauá e a Polícia Técnico-Científica. Alegou que o local – uma sala na antiga sede da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, na Rua Manoel Pedro Júnior, 334, Vila Bocaina, que funcionava apenas às quartas-feiras, das 14h às 16h, – não tinha condições estruturais e sanitárias necessárias para a realização dos atendimentos. A informação de que o posto foi fechado após a saída da médica legista, que se afastou por motivos de saúde e não foi reposta, também foi contestada pelo diretor. “Realmente, temos falta de pessoal, mas o fechamento do posto foi uma decisão da equipe que vinha prestando o serviço”, justificou. 

De acordo com o gestor, ao longo do curto período em que o posto funcionou, de 28 de novembro a 10 de janeiro, a equipe que prestava o serviço constatou que não era produtivo manter os exames que vinham sendo realizados em Mauá e que o posto atrapalhava a produtividade do IML de Santo André, ao mesmo tempo em que o atendimento na cidade não estava à altura das necessidades das vítimas. Cirino afirmou que cerca de 20% dos atendimentos prestados em Santo André são para moradores de Mauá. “Entendemos as dificuldades para a população se deslocar de uma cidade a outra, está nos nossos planos facilitar a vida dessas pessoas, mas isso não pode ser feito sem seguir os critérios e padrões estruturais e sanitários”, concluiu. 

Mauá teve uma unidade do IML funcionando no Cemitério Santa Lídia, na Rua dos Andradas, 160, até 1998. A reabertura do serviço é reivindicada pela administração municipal desde 2003. A abertura do posto na Secretaria de Política para Mulheres foi anunciada pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB) como medida que facilitaria o acesso das mulheres às medidas protetivas e que o serviço seria ampliado em breve. No entanto, Cirino declarou que a administração sabia do caráter temporário da iniciativa.

Sobre a reabertura do IML de Mauá, em área que deve ser ofertada pela municipalidade, o diretor afirmou que não será possível enquanto o governo do Estado não realizar novos concursos para médicos legistas, auxiliares de necrópsia e atendentes de necrotério. 

A Prefeitura de Mauá não se posicionou até o fechamento desta edição.




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