Uma das poucas certezas da vida é o amor de mãe. Na ordem natural, os filhos serão os responsáveis por cuidar dos últimos desejos das matriarcas. Mas, quando o que ocorre é o contrário, o desespero parece ser maior. O drama de As Mães de Chico Xavier converge nas ações de três mulheres que buscam o mínimo de conforto emocional ao entrar em contato com os entes queridos no outro mundo. O popular médium seria o único capaz de proporcionar esse tipo de conversa. O longa mistura declarações reais com cenas de ficção.
O coprodutor do projeto, Ricardo Rihan, afirma que o filme não é sobre Chico Xavier, mas sim uma homenagem à todas as mães: "A relação das mães com o Chico sempre foi especial. O que mais justificava seu trabalho era esse tipo de consolo. O amor de mãe é tão puro quanto a personificação do amor que foi o Chico."
O carinho pelo filho foi o que moveu as emoções de Vanessa Gerbelli em seu papel na trama. "Pensei no meu filho o tempo todo, no amor que sinto por ele. Trabalhamos com uma visão humana da dor e do desejo de ser confortado", diz a atriz.
A pesquisa dos responsáveis os levou a centenas de contos. Um deles foi revelado por Neusa Martinez Collis, de São Paulo. Há mais de 26 anos, seu filho de 24 anos foi baleado e não resistiu às complicações. Desolada com a situação, não sabia a que recorrer, até que chegou ao espiritismo. "Foi algo muito louco a procura pelo meu filho", confessa a senhora de 68 anos. "Tenho uma mensagem dele que o Chico escreveu. Me confortou um pouco e tudo sobre ele é importante, mas não foi uma solução."
O fato fez com que a mulher, que antes não participava de cultos ou encontros religiosos, começasse a frequentar um centro espírita. "Não era fervorosa e nem ativa. Foi um momento desesperador, mas hoje estou bem melhor. Ainda não aceito o que ocorreu. Filho não deveria ir antes da mãe", afirma Neusa, que ainda não viu sua participação no filme e aguarda pela estreia.